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sexta-feira, 14 de março de 2008

Mais vagas para mais brasileiros

Ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, Presidente Lula e ministro da Educação, Fernando Haddad, durante cerimônia de assinatura de termos de adesão ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão doas Universidades Federais

Governo federal lança programa de apoio às universidades públicas. Meta é aumentar o número de vagas em 52,48% nos próximos quatro anos. Instituições terão de abrir mais cursos noturnos e combater a evasão

Para a execução do programa, que faz parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), o governo investirá R$ 2 bilhões nos próximos quatro anos. A idéia, segundo Haddad, é favorecer principalmente os estudantes do interior que ainda não têm acesso às universidades gratuitas. “Com o Reuni, vamos passar de 48 para 82 câmpus, em 82 cidades que não dispunham de oferta do ensino superior público. Formada, a juventude poderá colaborar com o desenvolvimento da região”, disse. O ministro também frisou que os 2.570 cursos de graduação presencial que serão criados terão a vocação socioeconômica local.

Com o aumento na oferta de cursos e vagas, o número de matrículas, segundo as projeções do Ministério da Educação (MEC), chegará a 1 milhão. Hoje, a quantidade de alunos matriculados nas instituições federais é de 723.553. “Apenas 3% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos estão em universidades públicas”, lembrou Haddad.

O ministro disse que o presidente Lula está fazendo o Reuni “não para o seu governo, mas para as futuras gerações”. “Os futuros presidentes vão ter que prestar contas desse pacto. E vão ter, quem sabe, que fazer mais do que o senhor, mas para o seu gáudio, para sua alegria. Porque eu tenho certeza de que o senhor vai comemorar o fato de alguém, que vier depois, poder fazer ainda mais pela educação brasileira do que o senhor está fazendo”, disse o ministro a Lula.

Contratação
Ontem, o Presidente enviou ao Congresso um projeto em caráter de urgência que prevê a contratação de 7.543 profissionais que deverão servir às 53 universidades federais. Serão mais 2.543 docentes de magistério superior e 5 mil técnicos-administrativos de diferentes níveis. O secretário de Educação Superior do MEC, Ronaldo Mota, pediu celeridade aos parlamentares para que, a partir do segundo semestre deste ano, seja possível contar com os novos profissionais.

Além de especificar nos planos de trabalho o que vão fazer com os recursos, as universidades federais assumiram com o ministério o compromisso de aumentar para 90% o índice de concluintes nos cursos de graduação e aumentar o número de alunos por professor para 18. Hoje, essa relação é de 1 docente para cada 12 estudantes. O MEC definiu cinco objetivos que deverão ser alcançados pelas instituições: aumentar o número de vagas, ampliar ou abrir cursos noturnos, reduzir o custo por aluno, flexibilizar os currículos e combater a evasão de estudantes.

O reitor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e presidente da Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Arquimedes Diógenes Filone, afirmou que as universidades estão preparadas para enfrentar os desafios. Segundo ele, no ano passado, quando foi apresentado, o projeto do Reuni não agradou a todos. “Agora, porém, 100% dos reitores estão de acordo com o programa. Até porque o presidente nos garantiu que os recursos virão.”

Aumento de vagas por região*
* De 2008 a 2012
Centro-Oeste - 62,81%
Nordeste - 46,79%
Norte - 36,66%
Sudeste - 59,14%
Sul - 57,23%

Investimentos ano a ano
2007 - R$ 250 milhões
2008 - R$ 216 milhões
2009 - R$ 942 milhões
2010 - R$ 558 milhões
2011 - R$ 200 milhões

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