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sexta-feira, 7 de março de 2008

Lula e ministros discutem o Brasil com empresários


Cerca de 150 empresários terão a oportunidade de fazer perguntas para o Presidente Lula e seus principais ministros longe dos microfones e dos flashes da imprensa. O objetivo é discutir a economia brasileira e as perspectivas de investimentos nos próximos anos. Em pauta, estarão temas polêmicos como reforma tributária e a competição entre o Brasil e os demais gigantes emergentes.

Na quarta-feira e quinta-feira da próxima semana, a revista britânica "The Economist" promove em Brasília, uma mesa-redonda de negócios com Presidente. Além do presidente Lula, estarão presentes os ministros da Fazenda, Guido Mantega, da Casa Civil, Dilma Rousseff, de Minas e Energia, Edison Lobão, e do Desenvolvimento, Miguel Jorge.Clique para votar no nosso blog .Do lado dos empresários, vão participar presidentes de algumas das principais companhias de diferentes setores. Entre eles: Cândido Bracher, do Banco Itaú BBA, Marcelo Bahia Odebrecht, da Odebrecht, Frederico Fleury Curado, da Embraer, Alexandre Hohagen, do Google, Vasco Dias, da Shell, e Paulo Puterman, da Sykué Bioenergya. Os debates serão coordenados pelo editor-chefe da "The Economist", John Micklethwait, e pelo editor de Américas da publicação, Michael Reid.

"O Brasil estava na nossa meta já há algum tempo por conta da interessante evolução de sua economia", diz Adrian Garcia-Aranyos, diretor de comunicação da Economist Intelligence Unit (EIU), ao explicar a escolha do país. Ele se refere aos bons resultados macroeconômicos do Brasil, como o forte crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) - superior a 5% no ano passado - , inflação sobre controle e recorde de investimento de empresas brasileiras no exterior - ingresso líquido de US$ 37 bilhões nos últimos 12 meses. Outro tema que chamou a atenção é a possibilidade de o Brasil obter em breve o status de grau de investimento pelas agências de classificação de risco.

Nos painéis, empresários e ministros de Estado devem discutir as vantagens e desvantagens do Brasil como plataforma de negócios, o crescimento das "multilatinas", o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), responsabilidade fiscal, apagão elétrico, aquecimento global, entre outros temas. Segundo Garcia-Aranyos, o formato do evento reservará um tempo razoável para perguntas, o que garantirá a integração entre os participantes.

A palestra do presidente Lula abordará dois temas: a liderança do Brasil entre os países emergentes e seu papel no mundo, e as transformações sociais já feitas no país através dos programas de transferência de renda e o que ainda está por vir. Lula falará ainda sobre suas expectativas para o Brasil em 2020.

A "The Economist" realiza aproximadamente 30 conferências similares por ano em países da América Latina, África, Ásia ou Europa. A maioria dos eventos conta com a participação de presidentes e primeiro-ministros. Recentemente, a revista proporcionou esse tipo de bate-papo entre empresários e governo em países tão diversos quanto Espanha, África do Sul e Vietnã.

É a primeira vez que esse evento ocorre no Brasil com a presença do presidente da República, mas já foi realizado em vários países da América Latina, como Chile, Colômbia e República Dominicana. Nos próximos meses, está marcada uma conferência no Peru com a presença do presidente Alan Garcia. No México, o evento ocorre todos os anos.

"O objetivo é proporcionar uma conversa franca entre governantes e homens de negócios", diz Garcia-Aranyos. É exatamente por esse motivo que não será permitida a entrada da imprensa. Garcia-Aranyos explica que dessa maneira os participantes se sentirão mais confortáveis para fazer perguntas sem se preocupar com os possíveis questionamentos dos repórteres. Esta oportunidade de acesso ao poder tem um custo. O preço da inscrição para o evento de dois dias é US$ 1.799, mas os assinantes do Valor tem desconto de US$ 400

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