A indústria começa o ano com expansão de atividade e previsão de um 2008 com crescimento de forma sustentada. Os principais indicadores do setor mostram que o faturamento real das empresas cresce há seis meses, as horas trabalhadas na produção aumentam há mais de um ano e há dois anos que não é registrada queda no emprego, segundo os dados divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O bom momento pelo qual passa a indústria é demonstrado pelos números registrados em janeiro. O faturamento das empresas do setor cresceram 10,5% em janeiro, se comparado com o mesmo período do ano passado. O mesmo bom desempenho ocorre com as horas trabalhadas na produção que subiram 7%, a massa salarial real 7,5% e o emprego 5,2% para o mesmo período. Todos os índices cresceram próximos ou acima do aumento do Produto Interno Bruto (PIB), que os economistas da CNI prevêem que seja de 5,3% em 2007.
Produção aquecida
O faturamento da indústria de transformação na casa dos dois dígitos, fato que não ocorria desde agosto de 2005, foi puxado pelo aumento na comercialização de automóveis, alimentos e bebidas, e máquinas e equipamentos. Os três setores são responsáveis por dois terços das vendas da indústria. O setor automotivo, sozinho, foi responsável por um terço desse total. Alimentos e bebidas cresceram 2,1 pontos percentuais e o setor de máquinas e equipamentos aumentou as suas vendas em 1,6 ponto percentual.
Os dados da CNI mostram que os três setores têm sido a mola mestra da economia, mas que o aumento ocorre, praticamente, na totalidade dos setores avaliados. Dos 19 setores pesquisados, apenas três apresentam taxas negativas.
A indústria mostra vigor e deve continuar assim - avalia o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco. Para ele, a expectativa de um bom desempenho em 2008, está baseada em um conjunto de fatores que incluem o consumo das famílias, o aumento da massa salarial, o incremento dos gastos públicos e a redução da taxa de juros. Os dados da CNI mostram que o consumo interno cresceu 8% em 2007 e os gastos do governo federal aumentaram em 9,5% em 2007.
Outro item que reforça o desempenho positivo do setor é o de horas trabalhadas na indústria que cresceu 7% na comparação de janeiro de 2008 com janeiro de 2007. O incremento mostra que houve necessidade de contratação de novos trabalhadores para atender o aumento da demanda. Várias fábricas instituíram o terceiro turno de trabalho, durante o verão, o que se refletiu no aumento da produção.
O emprego também cresceu. O aumento de 5,2 pontos percentuais foi percebido em 15 dos 19 setores pesquisados. Mais uma vez os destaques ficaram por conta dos três setores que estão puxando a indústria. Alimentos e bebidas aumentaram 1,5 ponto percentual, máquinas e equipamentos cresceram um ponto percentual e veículos automotores obtiveram 0,9 ponto percentual.
O emprego também aumentou na comparação com dezembro, um fato inusitado, já que janeiro é um mês em que a indústria não costuma estar aquecida. A explicação de Castelo Branco é que como houve muito consumo no final do ano passado, devido ao grande volume de encomendas do comércio, a indústria está repondo estoque.
Apesar do crescimento da indústria acima do PIB, a produtividade tem crescido menos. Em 2006 e 2007 a melhora de desempenho no chão de fábrica foi de 2%, um número que embora modesto contrasta com valores ainda menores em anos anteriores.
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