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A História de Reinaldinho
Ele era jornalista da Folha e, até aí, tudo normal. Escrevia lá suas matérias, não era ninguém de quem se pudesse falar mal ou bem. Era insignificante - como seria até hoje, se não estivesse na Veja atiçando briga de torcida. Sua tarefa, na Folha de São Paulo, era "cobrir Brasília". Mas Reinaldinho foi, digamos, "coberto" por Brasília. Os então donos do poder o "compraram", na época representados pelo Mendonção (Luis Carlos Mendonça de Barros, Ministro de FHC que caiu quando flagrado em ato de corrupção). Reinaldo Azevedo deixou de ser insignificante para se tornar um "notório vendido". Passou a trabalhar a mando do Mendonção - já fora do Governo - publicando duas revistas. A "República", política e partidária, uma espécie de "Caros Amigos" do PSDB; e a "Bravo!", que falava de cultura.
Ele, Reinaldo, sempre foi um péssimo empreendedor. Mesmo apoiando o Governo, a "República" e a "Bravo!" não conseguiram sobreviver. O negócio fez água. Foi a primeira "falência", digamos, que ele protagonizou. A Editora Abril comprou a "Bravo!" e a "República" meio que se transformou na "Primeira Leitura", em princípio de propriedade do mesmo Mendonção - aquele lá, o ex-Ministro que caiu flagrado em ato de corrupção. Esse foi o tutor político de Reinaldo Azevedo... Lá pelas tantas, Mendonção sai da jogada. Reinaldo continua. Como a "Primeira Leitura" sobrevivia, se apenas meia dúzia de manés compravam aquilo? Simples: verba do Governo do Estado de São Paulo. Lícita? Ilícita? Justa? Injusta?
Independentemente disso, a Folha apurou que havia aportes financeiros a título de publicidade, feitos pelo Governo do Estado - então sob Alckmin -, todos em favor de veículos "Pró-PSDB" (entre eles, além da "Primeira Leitura"). Com o flagrante da Folha, o governo tucano parou de colocar dinheiro na revista de Reinaldo. Com isso, a revista faliu. Foi bem assim: o liberal direitista não conseguiu manter seu próprio negócio sem verba estatal.
Em seguida, muito rapidamente, Reinaldo foi contratado pela Veja. Alguns disseram "ah, ele sempre foi tucano e a Veja é tucana". Mas a coisa é um pouco mais séria e mais profunda.
Vejamos:
A Abril financiou a campanha de Alberto Goldman (PSDB) para Deputado Federal. Goldman, uma vez deputado, propôs a Lei que permite entrada de capital estrangeiro em empresas brasileiras de comunicação. Aprovada a Lei, a Abril pôde então se associar com aquele grupo sul-africano (outrora pró-apartheid). Foi depois disso, e nesse contexto, que Reinaldo foi contradado. Não é apenas uma conveniência ideológica, nem um compromisso da Veja em sempre contratar quem é idiota. É mais sério o negócio.
Mendonção, por sua vez, apareceu no noticiário no início do ano passado. Sua pequena corretora, a Quest, foi contratada SEM LICITAÇÃO para gerir um fundo da Nossa Caixa, no governo de Alckmin... Enviado por nosso amigo leitor, Marcelo Costa Netto
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