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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Uma parceria indesejada


O assunto provoca reações iradas, discussões acaloradas e quebra a harmonia. Em mesas de bares e, principalmente, nos sambódromos. No Rio, o desfile da Mangueira teve penetras: policiais federais fantasiados de foliões. Atrapalharam a evolução no esforço para localizar e prender o chefão do tráfico no morro, Tuchinha, um dos autores do samba-enredo da mais tradicional e querida escola de samba do Rio. Sabe-se que o criminoso tinha até camarote especial para acompanhar os ensaios, com direito a área de fuga em caso de investida dos agentes de segurança pública. E que Percival Pires foi obrigado a renunciar à presidência da Estação Primeira depois de comparecer ao casamento do traficante Fernandinho Beira-Mar com Jaqueline Alcântara, presa depois pela Polícia Federal.


Em São Paulo, o cantor Belo foi um dos intérpretes do samba-enredo da Império da Casa Verde. E ainda foi premiado com um dos bonecos de carro alegórico, no desfile em que a escola bateu continência, suprema ironia, para os grandes intérpretes da música popular brasileira. Isso mesmo, a Império igualou Pixinguinha a Belo, condenado por tráfico e associação com o tráfico. A atual namorada dele, Gracyanne Barbosa, ganhou um presentão: foi a rainha da bateria da escola paulistana. No fim, a Império recolheu os tamborins. Ficou em nono. A festa foi na quadra da Vai-Vai. As ocorrências levantam o véu: saíram os bicheiros, entraram os traficantes? Que o samba nos livre e guarde. Ninguém merece.

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