O governo demo-tucano de José Serra, desesperado para abafar a CPI do SERRAcard, antecipou o que havia anunciado para maio, e, depois de verificar que não sobrou nenhum vestígio da palavra "DASLU" nos relatórios, colocou na internet uma listagem "chinfrim" com informações sobre gastos do SERRAcard.
Já é alguma coisa. É uma meia vitória da pressão popular sobre governos autoritários como o de José Serra, e uma meia vitória para o contribuinte paulista que começa a desvendar os ralos para onde vai seu rico dinheirinho pago ao governo demo-tucano há 13 anos.
Gastos na CACHAÇARIA já estão na internet:
Nesta listagem já podemos ver um dos gastos na Cachaçaria Água Doce (existe outro):
Mas a listagem dos gastos do SERRAcard deixa muito a desejar.
Não chega nem perto do Portal da Transparência do governo federal.
É mais um PORTAL DO EMBAÇAMENTO.
Da leitura do relatório, ficam as impressões:
O SERRAcard é um Cartão AO PORTADOR?
Não tem dono (titular)? No relatório não mostra quem é o funcionário responsável por seu uso. Mostra apenas a Secretaria de Estado ou órgão responsável pelo gasto. Existem mais de 42.000 cartões e a prestação de contas é mostrada centralizada nos órgãos. Isso é o caos no controle.
Falta de "SAPECAR" o CNPJ pode ocultar Notas Frias, empresas fantasmas e Laranjas, ou compras na DASLU.
- Não mostra o CNPJ dos estabelecimentos onde foi feita a venda. Assim o contribuinte sequer pode aferir a situação fiscal do Estabelecimento. Então fica fácil fazer todo tipo de falcatruas envolvendo empresas fantasmas, notas frias, empresas de laranjas de demo-tucanos.
- No feriadão de 7 de setembro passado (começou na sexta), há uma despesa no sábado da Secretaria de Educação na empresa SAPECA (sem razão social completa e sem CNPJ), de R$ 970,00 sem discriminar com quê foi o gasto.
- Na linha de cima da listagem, no mesmo feriadão, há outro gasto de R$ 990,00 (êta valorzinho suspeito), também da Secretaria de Educação.
- E logo acima, ainda no feriadão a Secretaria de Segurança gastou R$ 414,74 na "DI PRESENTES", também sem especificar o quê foi comprado.
Despesas altas não são de pronto pagamento.
- Cartões deveriam ser apenas para pequenas despesas de pronto pagamento, e não para grandes despesas planejadas como vale-transporte, acima de R$ 200.000,00 - Essas grandes despesas teriam que ser pagas no contexto do processamento da folha de pagamento do estado de SP.
Falta de informações sobre quantidades e preços unitários impede controle social
- Há falta de informações sobre quantidades e preços unitários, fundamental para contole social. Quantos vale-transporte foram adquiridos, e para quantos funcionários usarem. Como vamos saber se esses vales-transportes não foram parar na mão de camelôs para venderem na porta do Metrô da Praça da Sé?
Viciação da Contabilidade oculta fatos e valores.
- Muitas despesas não descriminam com clareza o motivo. É a típica contabilidade usada por quem faz caixa-2 ou lava dinheiro. Não discrimina com clareza a razão do gasto para dificultar o rastreamento e fiscalização. É caso da SAPECA e da DI PRESENTES acima.
- Não permite consultas como o total recebido por determinado fornecedor para controle social, nem outras opções de totalização.
Dificultar para desestimular o controle social
Além disso o PORTAL DO EMBAÇAMENTO do SERRAcard é tecnicamente dificultoso para a consulta do cidadão:
Se o cidadão quiser consultar a despesa da Cachaçaria em 2007 por exemplo, precisa baixar (fazer download) do arquivo em formato PDF de 26 MB (megabytes e não kilobytes). Isso inviabiliza o acesso à informação por quem não tem banda larga.
O SERRAcard continua muito mal explicado, e os próprios demo-tucanos deveriam criar vergonha e apoiar uma CPI estadual para resolver esses e outros esclarecimentos.
Para os amigos que quiserem ajudar no controle social do SERRAcard, com as parcas informações disponíveis, o link dos relatórios do SERRAcard é este:
http://www.fazenda.sp.gov.br/contas/cartao.shtm
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