Estudiosos defendem investigação, mas dizem que cobertura exagerada cria cortina de fumaça para outras questões importantes
Para filósofo, discussão não deveria estar no gasto com "tapioca, colchão ou jantar", e sim nos saques, que não indicam o destino da verba...(Caso do tucano José Serra).
A discussão sobre o uso dos cartões corporativos é importante e deve ser apurada com rigor pelos organismos competentes, mas o tema deve ser tratado com serenidade e não pode pautar o debate nacional.
A opinião é de Fábio Wanderley Reis, cientista político e professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais, de Fábio Konder Comparato, professor titular aposentado da Faculdade de Direito da USP, e do filósofo Denis Lerrer Rosenfield, que vêem um certo exagero na cobertura da imprensa.
"É um problema autêntico saber se existe uso impróprio de verba pública. Mas deveria existir um equilíbrio justamente para impedir que essa discussão resulte em conseqüências negativas sobre algo que, a princípio, me parece perfeitamente razoável e positivo, como o uso de cartões, o que favorece a transparência", diz Reis.
Rosenfield acrescenta: "Tapioca? Jantar com a delegação chinesa? Meu Deus, isso é patrulhamento moralista. No caso dos cartões, a discussão não deveria estar na tapioca, no colchão ou no jantar, isso é absolutamente irrelevante, mas nos saques que não são contabilizados em lugar nenhum."
O ministro Orlando Silva (Esportes) usou o cartão para comprar uma tapioca de R$ 8. O ministro Altemir Gregolin (Pesca) pagou um almoço para uma comitiva chinesa. A Radiobrás gastou R$ 36 na compra de lona numa loja de colchões.
Fábio Wanderley Reis critica a cobertura da imprensa. "A imprensa tende a ecoar, de uma forma um tanto exacerbada, o que quer e o que corresponde a uma certa imagem negativa da atividade política, em conexão com a idéia de corrupção." Entre os entrevistados, da Folha, Fábio Konder Comparato foi o único a desaprovar o uso de cartão corporativo.
Clique e vote no blog
0 Comentários:
Postar um comentário
Meus queridos e minhas queridas leitoras
Não publicamos comentários anônimos
Obrigada pela colaboração