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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Oposição briga por holofote


Ontem, PSDB e DEM decidiram exigir um cargo no comando da CPI. Querem a presidência ou a relatoria da comissão. A oposição fez um almoço para tentar mostrar a unidade e negar qualquer tipo de acordo com a bancada governista para blindar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso

PSDB e PFL/DEM ameaçam impedir as votações no Senado caso o governo não aceite ceder um dos cargos da relatoria . Os deputados da oposição prometem ser solidários e obstruir os trabalhos na Câmara para pressionar a partilha dos postos-chave da CPI. Pelo regimento, a maior bancada do Senado indica o presidente, que, eleito simbolicamente pela comissão, escolhe o relator, cargo que costuma ser do partido com o maior número de cadeiras na Câmara. Se criada, a CPI terá, em princípio, 11 senadores e 11 deputados titulares repetindo a proporção dos blocos partidários (veja quadro). Mas partidos pequenos, como o PSol, prometem lutar para ampliar para 34 o número de integrantes da comissão.


Eles querem investigar Lula...

Arthur Virgílio (AM), que comanda a bancada do PSDB,é conhecido como senador caixa dois. "Em 1986, fui obrigado a fazer caixa dois na campanha para o governo do Amazonas" disse o senador certa vez. Arthur Virgílio já foi secretário do governo Fernando Henrique Cardoso, e já usou muto cartão corporativo . José Agripino (RN), Agripino é acusado de possuir uma dívida de R$ 50 milhões com o Banco do Nordeste e, de forma excepcional, vem rolando e enrolando há mais de uma década. O caso chegou a ser alvo da CPI do Finor, em 2000, na Câmara dos Deputados. O senador alegou que “dívida não desabona ninguém” e que o valor é “bem abaixo” de R$ 50 milhões. Essa é a moral dos parlamentares que estão à frente da bancada do DEM, endureceram o discurso. Alegaram que, desde 2005, o governo não divide o comando de uma CPI mista. E querem a relatória.

DEM e PSDB sabem que o governo não é obrigado a ceder, mas dizem eles, que fazem questão de constranger o Palácio do Planalto. Esperam, no máximo, um acordo para assumirem a presidência da CPI com um nome “palatável”, segundo o DEM, Onyx Lorenzoni. O PSDB já acertou com o DEM que, se isso ocorrer, um tucano ficará com o posto.

A provável composição da CPI*

11 deputados e 11 senadores

Câmara

Bloco PMDB/PT/PP/PR/PTB/PSC/PTC/PTdoB – 6 vagas
Bloco DEM/PSDB/PPS – 3 vagas
Bloco PSB/PDT/PCdoB/PMN/PAN – 1 vaga
PV – 1 vaga

Senado

Base do governo (PMDB/PT/PR/PCdoB/PSB/PRB/PP) – 6 vagas
DEM e PSDB – 4 vagas
PDT ou PTB – 1 vaga

Este quadro é baseado na proporção de cada Casa e pode ser alterado, dependendo de acordo entre partidos

O discreto Neuto

Um nome pouco conhecido voltou a surgir nas rodas de senadores ontem para assumir um cargo importante no Senado. Neuto de Conto (PMDB-SC) foi lançado pelo líder do PMDB, Valdir Raupp (RO), à presidência da CPI dos Cartões. Conto era suplente do tucano Leonel Pavan, que deixou o Senado no começo de 2007 para ser vice-governador de Santa Catarina.

Ex-deputado federal, ligado ao ramo agropecuário, Conto tem uma atuação discreta e pertence hoje ao chamado baixo clero do Senado. Evita os holofotes da imprensa e o microfone em plenário. Vira e mexe, senadores confundem seu nome. O chamam, às vezes, de Neuto de Couto ou Newton de Conto.

Diz que ainda não sabe se aceitará a missão de presidir uma CPI. “Pedi 48 horas. É uma função que exige dedicação e tenho muitas atividades para fazer”, afirmou. Mas não perdeu a chance de opinar sobre a crise envolvendo os cartões corporativos. “Acho que o cartão foi criado para buscar uma solução administrativa. E, pelo o que estou vendo na imprensa, isso não está ocorrendo”.

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