O principal telejornal do PIG, o Jornal Nacional, não apenas noticiou o SERRAcard, como fez uma cobertura do cartões do governo Federal com equilíbrio.
Deu espaço para o Ministro Jorge Hage da CGU explicar a sistemática dos cartões.
Culpou os funcionários realmente responsáveis pelo uso abusivo dos cartões e não o governo.
Enfim, até que foi um noticiário correto.
O que indica que devem estar querendo desistir do assunto. A hipótese testada, novamente não deu muito certo, e está explodindo no colo do José Serra.
Foi uma vitória da verdade, até aqui.
Mas mesmo assim a Globo foi ARDILOSA para REDUZIR DANOS a José Serra, já que seria obrigada a dar a notícia.
Desisti há algum tempo de assistir ao Jornal Nacional, mas ontem assisti para ver a Globo ser obrigada a render-se à verdade, muito a contragosto.
Segue uma análise não de especialista, mas de telespectador calejado, com a visão crítica desenvolvida à força, diante das inúmeras manipulações que já vi na telinha.
Minhas suspeitas, tem fundamento, porque William Bonner piscava demais. Um sinal de nervosismo. A redação deveria estar tensa.
O Ali Kamel deveria estar "girando seu cassetete de choque elétrico" nas mãos (ver nota abaixo).
Enumero a política de REDUÇÃO DE DANOS aplicada pela Globo ao governo demo-tucano de José Serra:
1) Não mostraram o SERRAcard no SPTV
Não pego o SPTV, mas pelo que vi na Internet o SERRAcard não foi abordado no SPTV (me corrijam se eu estiver errado).
O SPTV é regional, dedicado a notícias de SP, então não haveria como dividir o escândalo de SP com o nacional.
O SERRAcard seria o escândalo em evidência exclusiva de todo o SPTV. O estrago seria muito maior.
Notícias regionais com interesses nacional, costumam ser exibidas no SPTV e repetidas no JN.
2) Não falaram dos cartões nem de CPI nas chamadas do JN durante a novela, nem na abertura do JN (na minha opinião estavam decidindo ainda o quê entraria e o quê sairia na edição).
3) Os primeiros blocos foram de notícias policiais, longe de São Paulo e Brasília (envolvendo Londrina, Góias, Mato Grosso). Depois notícias boas de economia, o crescimento industrial. Esticaram o assunto com donas de casas que trocam a geladeira, até uma matéria orientando o consumidor a comprar eletrodomésticos que gastam menos energia com selo do PROCEL classe "A", sem sequer tocarem no assunto apagão elétrico, nem IOF sobre prestações.
Posso estar enganado, mas acho que estavam "enrrolando", porque eu estava com o controle remoto na mão mudando para o noticiário da Record toda hora. Até esse momento a Record NÃO havia noticiado o SERRAcard ainda.
4) A Globo só soltou a notícia do SERRAcard, depois da Record levar ao ar.
Na minha opinião a Globo tinha duas versões editadas: uma mais suave para o Serra, outra mais completa.
Depois que viram a matéria da Record no ar, soltaram a mais completa, para não ficar atrás, nem despertar a ira de José Serra, caso a Globo soltasse mais podres do que saíram nos outros canais.
5) A matéria do SERRAcard, foi no meio do noticiário. Acho que no terceiro bloco (me corrijam se eu estiver errado). Com as matérias amenas, pouco retumbantes, passadas antes, muita gente se distraiu do noticiário a partir do meio para o fim.
6) A Globo editou a matéria de forma que o SERRAcard viesse depois da matéria sobre os cartões do governo federal.
ISSO NÃO É POR ACASO!
Para nós, que somos interessados, tanto faz vir antes como depois, porque prestaremos atenção do mesmo jeito.
Mas para pessoas que não se interessam muito por política, começa a ver a matéria sobre os cartões do governo Federal, depois as perguntas ao Ministro Jorge Hage, da CGU, o caso da Fundação FINATEC e a compra de móveis para o reitor... No meio desse caminho a pessoa que não gosta de política cansou da notícia. Quando entrou o SERRAcard, a pessoa não está mais prestando atenção.
Se fizessem uma pesquisa com muitos telespectadores do JN, haveria muitas pessoas que responderiam que viram o caso dos cartões corporativos no noticiário, mas o que ficou registrado na consciência, foi o assunto que foi martelado nos último dias, como se só fosse do governo federal, e com o SERRAcard passando desapercebido.
No mais, foi o previsto. Nada das palavras "Serra", nada de "Governador". Comparações técnicas e fria dos fatos. Tudo institucional, sem culpar nenhum governo. Bem diferente do escárnio que fizeram com os cartões do governo federal, com a Matilde Ribeiro, e outros Ministros.
Vocês acham que eu estou vendo "pêlo em ovo"? Eu acho que não.
Como se vê, mal podemos parar para comemorar. Esse pessoal do PIG são profissionais. Por outro lado já estamos encontrando o caminho de como enfrentá-los.
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