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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Informações roubadas da Petrobras eram "segredo de Estado"


Ao falar pela primeira vez sobre o furto de computadores da Petrobras, o Presidente Lula afirmou que, do ponto de vista econômico, não haverá prejuízo para o Brasil. Segundo ele, o objetivo agora é saber se haverá danos na estratégia nacional sobre o tema.

"O dado concreto é que a Petrobras já tem todas as informações que ela precisava ter sobre o Júpiter e sobre o Tupi. Portanto quem roubou não roubou nada que a Petrobras não conhecesse ainda. Do ponto de vista dos interesses econômicos do Brasil não tem problema. Do ponto de vista estratégico é que estamos querendo saber o que aconteceu porque são apenas três empresas no mundo que trabalham com esse tipo de trabalho, de prospecção, de estudos", afirmou o presidente, em entrevista na base brasileira na Antártida.

Questionado se tal ação pode afetar a Petrobras e seu processo industrial, Lula afirmou que "roubaram um software que continha informações que eram um segredo de Estado. É uma coisa grave que estamos investigando. Nessa altura do campeonato, o que vale não é o palpite. O que vale é a investigação séria que estamos fazendo para apurar o que aconteceu de fato".

Lula pediu cautela e cuidado na investigação sobre o furto de quatro computadores portáteis e dois discos rígidos com informações sigilosas da Petrobras que estavam num contêiner sob responsabilidade da empresa americana Halliburton. No material, furtado em 1º de fevereiro, havia dados sobre as recentes descobertas da estatal de reservas de óleo e gás, entre elas a do campo de Tupi, na bacia de Santos, a maior já descoberta no país.

O Planalto avalia que a ação pode ter sido organizada por uma quadrilha internacional especializada na busca de informações sigilosas, que seriam depois vendidas a empresas ou governos.

O Presidente Lula defendeu a ampliação da presença brasileira na Antártica, sobretudo com mais investimentos, mas não disse quanto o governo estaria disposto a acrescentar no orçamento para essa finalidade. Ainda na noite de ontem, Lula voltaria para o Brasil, partindo de Punta Arenas, no Chile, se as condições de tempo permitissem. O Presidente estava retido na base chilena Eduardo Frei, na Antártica, por causa da mudança do tempo.

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