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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Brasil vai acelerar acordo com asiáticos


O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, deu início à ofensiva para tentar agilizar as negociações para a assinatura de um acordo de livre comércio entre os países do Mercosul e da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), bloco formado por Cingapura, Indonésia, Brunei, Mianmar, Cambodia, Filipinas, Laos, Tailândia, Malásia e Vietnã. Ontem, propôs às autoridades vietnamitas a realização de uma reunião ministerial ainda neste ano, no Brasil, para que as discussões ganhem musculatura. A mesma proposta será feita hoje para o governo de Cingapura.

A viagem faz parte da estratégia do Itamaraty de intensificar a presença do Brasil na Ásia e os laços com os países da Asean. Amorim, que é o primeiro chanceler brasileiro a visitar o Vietnã, fica até amanhã na região. De manhã, o chanceler reuniu-se com o presidente vietnamita, Nguyen Minh Triet, que convidou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para visitar seu país, o que deve ocorrer em meados do ano. Já Amorim convidou o anfitrião para viajar ao Brasil. A missão deve ser agendada para o fim do ano.


À tarde, foi realizado um encontro entre 20 empresários brasileiros e 100 homens de negócio do Vietnã. Na agenda do seminário, as oportunidades de negócio no país asiático. Segundo o Itamaraty, os setores mais promissores para o empresariado nacional no Vietnã são infra-estrutura, agronegócio, softwares e aviação civil.
Amorim assinou com o ministro da Indústria e Comércio do Vietnã, Vu Huy Hoang, memorando de entendimento para a cooperação na área de etanol. As autoridades vietnamitas também demandaram ao ministro brasileiro projetos conjuntos para o cultivo e industrialização de café e para o desenvolvimento do futebol. Atualmente, mais de 20 jogadores brasileiros atuam naquele país. Foi criada uma comissão bilateral conjunta para a identificação e o acompanhamento de áreas potenciais para a cooperação entre os dois países.

O presidente e os ministros do Vietnã pediram ainda para ter acesso à experiência do Brasil na atuação na Organização Mundial do Comércio (OMC). O Vietnã aderiu ao organismo no fim de 2006. Amorim ofereceu duas vagas a diplomatas do país asiático no Instituto Rio Branco do Itamaraty e chamou o Vietnã para participar do G-20, grupo de países em desenvolvimento que têm interesses na agricultura e atuam em conjunto nas negociações para a liberalização comercial ocorridas no âmbito da OMC. O intercâmbio comercial entre Brasil e Vietnã cresceu cerca de sete vezes entre 2003 e 2007, passando para US$ 323 milhões. O superávit brasileiro somou US$ 109 milhões no ano passado. Os dois países estabeleceram a meta de obter uma corrente comercial de US$ 1 bilhão até 2010.

Principal centro financeiro, dona do mais importante porto da Ásia e produtora de alta tecnologia, Cingapura é o principal parceiro comercial do Brasil entre os países da Asean. O comércio bilateral cresceu 350% durante o governo Lula, de US$ 750 milhões para US$ 2,6 bilhões. Em 2007, o saldo comercial brasileiro totalizou US$ 170 milhões.

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