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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Briga pelo poder amplia crise tucana


O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM) aumenta ainda mais a confusão entre os tucanos e colocou-se como pré-candidato do partido às eleições de 2010. Para o senador, que entrou em atrito com o governador de São Paulo, o também tucano José Serra, durante a tramitação da CPMF no Senado, acabou o tempo de a cúpula tucana escolher o candidato e o resto do partido ter que obedecer. "Chega de três ou quatro entrarem em restaurante caro para ungir Zezinho, enquanto o Lula vai em restaurante popular para fazer demagogia", atacou Arthur Virgilio.

É uma referência velada ao jantar (foto) em um restaurante de luxo o Massimo em São Paulo há dois anos, entre Serra, o governador mineiro Aécio Neves, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o então presidente da sigla, senador Tasso Jeressaiti (CE), para discutir a sucessão de 2006. Na ocasião, os caciques apoiaram Serra. Mas o candidato do partido foi o ex-governador paulista Geraldo Alckmin.

Virgilio minimiza o confronto com Serra, mas diz que o partido mudou depois da votação da CPMF. "Houve uma inflexão sim. O PSDB tem que ser contra o aumento dos impostos, sempre. Não pode o governo resolver aumentar e um governador ou prefeito aparecer e dizer que está tudo bem". Para o líder no Senado, o PSDB está há oito anos fora do poder e correrá o risco de ficar mais tempo longe do Planalto se não mudar. "O partido tem que ter cara, sempre. Eu tenho 30 anos de vida pública, honesta", afirmou ele. Virgílio não se assusta com o fraco desempenho que teve nas eleições de 2006, quando concorreu ao governo estadual e teve menos de 2% das intenções de voto. "Fiquei isolado, tinha que dar palanque para o Alckmin e enfrentei Lula em seu melhor momento. Muitos teriam desistido", disse.

Uma eventual candidatura Arthur Virgílio, caso supere de fato a dicotomia Serra-Aécio, traria como bandeira a redução dos impostos, do tamanho da máquina, transparência dos gastos públicos e reformas tributária e previdenciária no primeiro ano de mandato. "As mensagens com as reformas estruturantes essenciais devem estar no Congresso no primeiro dia ", disse.

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), confirmou que Virgílio lhe comunicou sua pré-candidatura na semana passada. Além do senador pernambucano, o líder do PSDB conversou também com o próprio Será e com Fernando Henrique . "O Virgílio foi enfático. Vamos incluir o nome dele nas próximas pesquisas qualitativas, para avaliar a reação do eleitorado", prometeu Guerra.


Guerra no Rio

Os tucanos do Rio começaram a bater asas agitadas no ninho do partido, na Cinelândia. É que o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, passa a quarta e quinta-feiras ouvindo os aliados, principalmente o ex-governador Marcello Alencar. O desafio é acalmar os três pré-candidatos à prefeitura: o deputado Otávio Leite, a vereadora Andréa Gouvêa Vieira e Luiz Paulo Corrêa da Rocha.

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