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A região Nordeste foi a que apresentou o maior crescimento da renda média familiar entre os anos de 2005 e 2006 no país, atingindo 12%, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A renda familiar média na região, que envolve salários e transferência de recursos de governo, subiu de R$ 676,64 reais para R$ 761,16. Já a renda disponível, referente aos valores que ficam efetivamente no bolso dos consumidores, teria aumentado 38% na mesma comparação.
Na avaliação do economista Luís Henrique Romani de Campos, da Fundação Joaquim Nabuco, a elevação da renda familiar média no Nordeste brasileiro foi influenciada pela ampliação do investimento em vários pontos da região. Segundo o pesquisador, houve um crescimento industrial importante no Nordeste nos últimos dois anos. "E a tendência é de aumento desse movimento."
Romani de Campos disse que o Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste, que é a soma das riquezas produzidas na região, deve crescer entre 5,5% a 6% por ano nos próximos anos, acima da média nacional, prevista entre 4,5% a 5% ao ano. "A tendência é que o Nordeste cresça mais que o Brasil", diz o economista.
Ele acredita que esse desempenho está fortemente atrelado ao aumento real do salário mínimo. Segundo ele, especialmente para os trabalhadores rurais que recebem aposentadoria, essa é uma grande fonte de renda no sertão e na Zona da Mata, resultando em grande movimentação na economia local. "Quando há um aumento real do salário mínimo, há aumento real do rendimento de uma classe da população menos favorecida e que acaba consumindo muito. Isso gera efeitos multiplicadores na economia como um todo."
Romani diz ainda que o crescimento do PIB nacional influencia o desempenho do Nordeste "em níveis chineses". "Isso influencia porque alguns trabalhadores mais qualificados já estão faltando no mercado de trabalho. A parte de engenheiros civis, por exemplo, já está com salários bem aumentados nos últimos anos, por conta do aquecimento da construção civil".
Pesquisa do Instituto Cetelem-Ipsos revela que as exportações nordestinas exerceram um papel decisivo no desempenho da região no período de 2000 a 2005. A taxa de crescimento das exportações nos últimos cinco anos teria atingido 19,6%, superando a média nacional de 17%, alcançando 31,4% nos últimos dois anos.
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