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domingo, 13 de janeiro de 2008

Daniel Dantas na Revista Piauí: a entrevista que a imprensa demo-tucana não viu.

Daniel Dantas deu entrevista à Revista Piauí em maio/junho de 2007. A revista deu espaço ao entrevistado para contar a sua versão, e é claro que ele se coloca como vítima.


Daniel Dantas narra de acordo com seus interesses, o que não confere credibilidade a tudo o que lá está escrito. Mas alguns episódios são interessantes pelo fato de serem IGNORADOS na grande imprensa demo-tucana, simplesmente porque são muito favoráveis à conduta do governo Lula. Seguem alguns trechos:


"Dantas tem contratos com cinco grandes escritórios de advocacia do Rio. Responde a dois processos movidos pelo Ministério Público, e tem seis pedidos de prisão preventiva expedidos contra ele."


"Um ano depois, Dantas teve de fugir do país para não ser preso pela Polícia Federal, numa ação chamada de Operação Chacal."


"O banqueiro voltou a procurar figuras do governo que pudessem ajudá-lo. O responsável pelos contatos foi Carlos Rodemburg, seu ex-cunhado e amigo de infância. Falante e sorridente, Carlinhos, como é conhecido, é a face simpática do Opportunity. Ele contatou o publicitário Marcos Valério para intermediar uma aproximação com o governo. Outra tentativa de conseguir apoio à causa foi a contratação do advogado Antônio Carlos Almeida Castro, o Kakay, amigo de José Dirceu."


"Todo o seu esforço de aproximação com o governo fracassou. "José Dirceu jamais me ajudou", diz Dantas, "e Gushiken me perseguiu."


"Dantas analisa os movimentos que vêm sendo feitos para fundir a Brasil Telecom com a Telemar, operação que a legislação vigente não permite: "O governo está com um discurso nacionalista, dizendo que é melhor fundir as duas empresas a deixar que uma delas seja comprada por algum grupo estrangeiro." Na sua avaliação, contudo, a intenção dos petistas é fazer uma re-estatização do setor, ou uma "previtização", trocadilho que criou para se referir ao espaço que a Previ passaria a ocupar. Hoje, os fundos de pensão estatais têm grande participação nas operadoras.
Caso a fusão venha a se concretizar, o Estado [Fundos de pensão] será o acionista majoritário, com 63% do capital da nova empresa. Porém, com uma vantagem em relação a uma estatal: os fundos de pensão não estão sujeitos à fiscalização do Tribunal de Contas da União. "Nesse caso, o governo vai poder fazer contratações e dispor do caixa dessas empresas, que somam 6 bilhões de reais, sem ter que dar nenhuma satisfação", afirma [ele, Dantas]."


"Seja qual for o futuro das empresas, Dantas está numa posição confortável. Se as companhias se fundirem, o Opportunity deverá ficar com cerca de 10% do novo negócio, já que possui participação nas duas."


A imprensa demo-tucana tem noticiado (e até colunistas de esquerda tem engrossado o côro) como se a fusão da Telemar (Oi) com Brasil Telecom fosse uma concessão feita pelo governo à Daniel Dantas.


100% dos parágrafos da entrevista de Dantas à revista Piauí no ano passado revelam o contrário.


Na minha opinião, o governo tem um projeto nacional ambicioso no setor de telecomunicações.
O primeiro impecilho era Daniel Dantas, que exercia o controle da Brasil Telecom, mesmo sendo acionista minoritário (coisas das privatarias demo-tucanas), o que impedia qualquer avanço no projeto nacional do governo para o setor. Está claro que esse obstáculo chamado Daniel Dantas foi removido, e ele é carta fora do baralho (pode continuar fazendo barulho apenas).


Pode-se criticar a fusão das empresas por outros motivos, mas não há razão consistente para nos ocuparmos com Daniel Dantas como tem sido visto nestes dias.

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