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terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Brasil quer estabelecer relação mais pragmática com Cuba


Deve chegar a R$ 1 bilhão o valor dos investimentos a serem anunciados na segunda viagem oficial do Presidente Lula, menos ideológica que a primeira, em setembro de 2003, e mais pragmática, a Cuba. Além de rever Fidel Castro, o presidente quer estreitar as relações com Raúl Castro, irmão do presidente cubano e seu eventual sucessor.

Só no dia de hoje será confirmado o encontro entre Lula e Fidel, que tem problemas de saúde. O presidente brasileiro jantou ontem à noite com Raúl Castro e outras autoridades do governo cubano. Os negócios a serem anunciados, cujo volume de investimentos chega a cerca de R$ 1 bilhão, são nas áreas de infra-estrutura rodoviária, de hotelaria, exploração de níquel e na indústria de alimentos.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reconheceu que as relações econômicas entre Brasil e Cuba pouco avançaram desde que um governo de esquerda tomou o poder no Brasil, mas que os investimentos previstos nos acordos a serem assinados hoje entre os dois países devem contribuir para modificar essa situação.

"Tudo isso nos ajuda a sedimentar uma relação que politicamente sempre foi excelente, mas que talvez tivesse menos substância econômica do que deveria ter", disse o chanceler Celso Amorim, em uma rápida conversa com os jornalistas no hall do hotel Camino Real, na Cidade da Guatemala, onde Lula se encontrava reunido com o presidente eleito da Guatemala, Álvaro Colom.

Todos os principias presidentes latino-americanos compareceram à posse de Álvaro Colom na presidência da Guatemala, um país no qual cerca de 56% da população vive abaixo da linha da pobreza. O novo presidente guatemalteco afirma que, a exemplo de Lula, dará ênfase a programas sociais. Seu governo deve analisar os projetos de Lula nessa área.

Chavez também fez mistério sobre o horário de sua chegada, sob a alegação de assim poder prevenir um eventual atentado político. O Brasil apóia a iniciativa de Hugo Chávez de tentar resgatar reféns tomados pela guerrilha colombiana, desde que com o assentimento do presidente Álvaro Uribe.

Segundo Celso Amorim, o Brasil não classifica nenhuma organização como terrorista, a não ser a Al Qaeda, assim definida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Isso vale também, para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farcs, em poder da qual se acham mais de 700 reféns, entre eles uma ex-candidata à presidência da Colômbia, Ingrid Betancourt.

O apoio do Brasil tem como justificativa a ajuda humanitária. Mas Celso Amorim fez uma ressalva: "Mas isso também não implica dar às Farc um status político que torne difícil este diálogo do ponto de vista do presidente colombiano (Álvaro Uribe)", disse.

O investimento de cerca de R$ 1 bilhão a ser anunciado hoje por Lula, em Havana, não inclui o acordo que está sendo finalizado pela Petrobras com as autoridades cubanas. Fontes credenciadas da estatal brasileira chegaram a afirmar que nenhum valor será declarado nessa negociação.

Será um "acordo de quadros" que estabelecerá a relação empresarial da empresa com os cubanos, a partir de agora. A União Européia, especialmente Espanha e Holanda, já exploram petróleo no Golfo do México. A Petrobras também tem interesse numa fábrica de lubrificantes em Cuba.

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