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terça-feira, 8 de janeiro de 2008

17 meses de produtividade em alta


Indústria brasileira demonstra força, mantém crescimento desde julho de 2006 e acumula expansão de 6% entre janeiro e novembro de 2007, segundo números do IBGE. Ano fechará com ótimo desempenho

A produção industrial brasileira cresceu 6,7% em novembro de 2007, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Foi o 17º crescimento consecutivo nesse tipo de comparação. No acumulado de janeiro a novembro de 2007, a expansão também é forte, de 6%. Os dados, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que nem mesmo a queda de 1,8% ocorrida frente a outubro tiram a indústria da trajetória de crescimento iniciada em meados de 2006. De acordo com economistas do IBGE, novembro teve três feriados, o que afetou o nível de produção. Além disso, outubro havia sido um mês de forte aumento na produção (3,3%) para atender à demanda do Natal, o que elevou a base de comparação.

Para o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), está praticamente consolidada uma evolução na faixa de 6%, padrão duas vezes superior ao que vigorou nos dois anos anteriores, quando o setor cresceu 3,1% (em 2005) e 2,8% (em 2006). “Desde já o setor industrial pode comemorar esse resultado, que coloca o desempenho do ano como o terceiro melhor dos últimos 13 anos, inferior apenas a 2004 (8,3%) e 2000 (6,6%)”, diz um relatório do Iedi.

O grande destaque do setor continua sendo a produção de bens de capital (máquinas e equipamentos). Na comparação com outubro, foi a única categoria a registrar crescimento, com alta de 1,2% (leia quadro). Em relação ao mesmo período do ano passado, o desempenho é de surpreendentes 24,3%, ritmo quase quatro vezes maior que o da indústria em geral (6,7%). Todas as outras categorias industriais também apresentaram alta sobre novembro de 2006, com destaque para bens de consumo duráveis (11,1%), como automóveis e eletrodomésticos.

“Os investimentos cresceram de forma generalizada e isso leva à ampliação da capacidade produtiva do país, trazendo um certo alento para a discussão se há capacidade instalada para crescer. Se há aumento da produção de bens de capital acima da média da indústria, isso abre espaço para atendimento da demanda com aumento da capacidade”, afirma Silvio Sales, coordenador de indústria do IBGE.

No acumulado do ano, o cenário pouco muda. A produção de máquinas e equipamentos deu um salto de 19,5%, na mesma comparação com o mesmo período do ano anterior. Bens de consumo duráveis registraram crescimento de 9%. As duas categorias ficaram acima do desempenho médio da indústria nacional, que registrou expansão de 6% entre janeiro e novembro. Embora um pouco abaixo da média, todas as demais categorias também apresentam alta no acumulado do ano.

Explicações
Apesar da queda em novembro na comparação com outubro, o economista André Macedo, do IBGE, destaca que a indústria brasileira continua em forte ritmo de expansão. “Não há desaceleração, não há inversão de tendência. Pelo contrário, permanece a trajetória bastante positiva iniciada em meados de 2006, com um crescimento espalhado pelos vários setores industriais”, afirma. Segundo ele, a produção de bens de capital será o destaque do ano. “O que é muito bom, pois projeta para o futuro a consolidação de investimentos que ampliarão a capacidade produtiva da indústria”, afirma Macedo.

No acumulado de janeiro a novembro, 22 segmentos da indústria apresentaram alta, com especial destaque para máquinas e equipamentos (17,8%), maquinário de escritório e equipamentos de informática (15,9%), equipamentos de transporte e veículos (15,1%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (13,8%). Apenas dois setores apresentam queda no nível de produção: calçados (-1,7%) e madeira (-2,6%). “O fato é que, apesar do ajuste de novembro frente a outubro, a produção continua em patamar muito elevado. Se levarmos em conta que em 2006 o crescimento foi de 2,6%, essa alta de 6% no acumulado de 2007 mostra uma forte aceleração”, avalia a economista Marcela Prada, da consultoria Tendências.

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