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terça-feira, 30 de outubro de 2007

Vai sobrar emprego


O Brasil caminha para fechar 2007 com um recorde na criação de empregos. A expectativa é de que atinja 1,7 milhão de postos de trabalho com carteira assinada, ultrapassando a marca de 1,5 milhão cravada em 2004. Os mais recentes indicadores divulgados pelo IBGE mostram que, na média, o ritmo de abertura de vagas (2,7%) no ano avança de forma mais intensa do que o crescimento do número de pessoas em idade de trabalhar (2,2%).

Além de mais empregos, o IBGE registrou recuperação no poder de compra dos trabalhadores. Em setembro, o rendimento médio teve aumento real de 2,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Mas não é só. Outros dados reforçam o otimismo de que dias melhores virão: a indústria está investindo mais em produção. E o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) disparou neste mês de outubro. Subiu 3,5%, atingindo o nível mais alto da série iniciada em 2005.

Para completar, a expansão da economia deve ficar acima de 5%, deixando para trás a meta oficial de 4,5%, estabelecida pelo próprio governo. Como se vê, se o embalo se mantiver em 2008, o cenário favorece os trabalhadores. Poderia ser ainda melhor se o país não fosse carente de mão-de-obra qualificada. Sondagem feita pela Confederação Nacional da Indústria constatou que mais da metade das empresas industriais brasileiras (56%) tem problemas para aumentar a produtividade devido à falta de profissionais capacitados.

Entre as regiões, as empresas do Centro-Oeste despontam como as que enfrentam mais dificuldade na hora das contratações: 64% reclamam da escassez de trabalhadores qualificados. No Sudeste, o índice ficou em 54%, o menor do país. A área de produção é a mais prejudicada. A situação é tão séria que muitos empregadores já admitem a possibilidade de importar mão-de-obra.

Plácido Fernandes
Correio Braziliense

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