Nós podemos fazer isso de coração, com toda a sinceridade, porque nós nunca tratamos essa tragédia como um trunfo político eleitoral, como os outros oportunistas trataram.
Pelo contrário, nós repudiamos o tempo todo a exploração política da tragédia e da dor dos familiares.
No dia do acidente da TAM, a BAND, a RECORD e Rede TV estavam transmitindo ao vivo o acidente (também com sensacionalismo), entre 18 e 19 horas se não me engano.
Tenho certeza que, assim como eu, muitos de nós que apóiam o governo Lula, e também gente que não apóia , mas tem senso humanitário, estávamos todos tristes, desolados ou orando.
Estávamos aflitos por notícias menos ruins, que indicasse o menor número de vítimas possível, a espera de um milagre, de haver sobreviventes de alguma forna. A expectativa para que o avião estivesse vazio. Para que o prédio da TAM também estivesse vazio.
Nem passava pela minha cabeça apagão aéreo, se seria bom ou ruim para o Governo Lula.
Acho que por nenhuma mente humanitária isso passava pela cabeça, naquele momento.
A " indignada" GLOBO continuou exibindo naquele momento uma novela de COMÉDIA (e tem a cara de pau de acusar o Marco Aurélio Garcia de fazer descaso com acidente).
Enquanto isso fico imaginando, com o estômago embrulhado, o que se passava nos bastidores da redação do Jornal Nacional ... imagino que entrava em reunião de emergência os abutres testadores de hipóteses... o corre corre para edição de frases infelizes de autoridades do governo de meses atrás completamente fora do contexto da tragédia, em montagem junto com cenas fortes da tragédia ... a ansiedade pela contagem de corpos em busca do maior número possível para desgastar o governo... em busca do recorde de maior acidente aéreo ... o teste da hipótese mentirosa de atribuir a causa à aquaplanagem... à falta do grooving ... a busca das frases de efeito para encaixar no desgaste ao governo Lula ... a caça a imagens fortes e trágicas feitas por amadores... a busca de "especialistas" de aluguel para atestar as hipóteses que Ali Kamel queria ... as mesmas câmaras paparazzi que filmaram o Marco Aurélio Garcia no Planalto, estava à espreita para flagar o desespero de familiares no saguão do Aeroporto Salgado Filho... no guichê da TAM... paro por aqui! Não aguento mais pensar nestas cenas.
Nossos sentimentos aos familiares e amigos das vítimas. Do acidente aéreo, do acidente do metrô, da violência, da falta de recursos em saúde e assistência, e de todas as mazelas, que precisamos continuar em nossas vidas lutando para saná-las. Lutando para que não se repitam, quando puderem ser evitadas.
Nosso repúdio para todos aqueles que exploraram e continuam explorando o fato com propósitos políticos em profundo desrespeito humanitário. Inclusive com o dito CANSEI onde muitos fazem um minuto de silêncio de araque. Só pensam em derrubar o governo Lula.
A vida continua e somos obrigados a continuar repudiando a sórdida exploração política, de artistas e garotas propraganda muito bem remuneradas, de aspones de políticos, de advogados, empresários e banqueiros ambiciosos que querem usar a tragédia para auferir lucros e dividendos políticos e econômicos para si à custa da dor alheia.
Somos obrigados a cobrar atitudes condizentes da OAB-SP para auxílio jurídico às vítimas. Tem pendências desde o acidente de 1996. Tem pendências do acidente do metrô há 7 meses.
Somos obrigados a cobrar que abandonem o corporativismo jurídico e lutem por uma justiça mais célere e que não premie a impunidade.
Precisamos cobrar dos cansados da FIESP que cobre dos empresários das empresas aéreas a mesma austeridade que dizem pedir do governo. Que cobre da prefeitura de SP cuidados na ocupação do entorno de Congonhas pela especulação imobiliária.
Só assim aprimoramos a sociedade brasileira, resgatando princípios e valores de solidariedade e fraternidade.
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