Pages

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

A morte de Getúlio Vargas e o legado da Vale













Há 53 anos atrás Getúlio Vargas, oferecia como sacrifício sua própria morte ao povo que o elegeu e contra os golpistas que fizeram uma sórdida campanha de difamação e calúnia via imprensa. Era o impressalão da época. Entre eles, o mesmo Estadão, o mesmo Jornal O Globo (não havia a TV ainda), que hoje querem fazer conspiração semelhante contra o presidente Lula. Felizmente hoje existe internet, a grande maioria do povo é alfabetizada, e sabem se defender dos atentados à informação cometidos pela imprensa.

Sabemos que Vargas foi polêmico. Foi um ditador durante o Estado Novo. Mas, por outro lado, seu lugar na história é inegável, como um modernizador do Brasil, enfrentando o reacionarismo das antigas elites rurais, sobretudo barões do Café de São Paulo, e criando as bases de um Brasil urbano, industrializado, com direito de voto para as mulheres, com direitos trabalhistas (CLT). Estas antigas elites é que nunca perdoaram Getúlio Vargas e conspiraram o tempo todo para derrubá-lo. Qualquer semelhança com as atuais elites que querem derrubar Lula não é mera coincidência.

Em 1954 atendia pelo nome de UDN. Hoje atende pelo nome de DEMos e Tucanos, em versão piorada.

Um dos vários legados deixados por Getúlio Vargas foi a Cia. Vale do Rio Doce. Criada em 1942, como mineradora de ferro em Minas Gerais, tornou-se umas das maiores mineradores do mundo de diversos minérios, e com presença nacional em diversos Estados brasileiros, sendo responsável por desenvolver boa parte da infra-estrutura de transporte e energia nacional.

A Vale sempre foi motivo de orgulho e patrimônio nacional.

Um dia os tucanos chegaram ao poder, e FHC, sem dizer nada durante a campanha a seus eleitores, resolveu, depois de eleito, sem consulta popular, vender a Vale em acordos de gabinete, para atender às pressões e interesses da elite tucana que o cercava, despachantes do capital estrangeiro, subservientes ao chamado consenso de Washington. Mas o mais grave de tudo foi vender por preço irrisório. Foi um dos episódios mais degradantes e vergonhosos em toda a história do Brasil, mas não teve a repercussão devida, porque foi efusivamente saudada pela imprensa, conivente com as privatarias tucanas.

Não por acaso, um dia, ainda no poder, FHC se gabou ao dizer que, com ele, acabava a "Era Vargas". Será que FHC imaginava, que entraria para história os próximos 50 anos como "Era FHC"?
Pois eu tenho certeza que nossos netos, bisnetos e tataranetos estudarão história na escola, e aprenderão o período do governo Lula como um marco na história do Brasil, assim como foi o período Vargas. Estudarão o governo Lula como o período em que o Brasil aboliu a miséria, e deixou de ser o eterno país do futuro, para inserir-se de vez como uma potência mundial. Enquanto FHC será citado apenas como um inevitável verbete, de um período medíocre e decadente da história.

A Vale era lucrativa. Não precisava ser privatizada. Foi privatizada, ou por estupidez ideológica (o que duvido muito), ou por acordos de bastidores que ainda desconhecemos. Seja entre os financiadores do esquema de sustentação no poder dos tucanos em troca de boas negociatas no Estado brasileiro, seja em troca dos seguidos socorros do FMI, seja um pouco de cada coisa. Um dia a história se revelerá.

Se a privatização da Vale tivesse sido feita de forma lícita por um valor justo, nos restaria fazer apenas críticas políticas e ideológicas. Mas não foi isso que ocorreu. Todos os indícios apontam para a ocorrência de uma enorme negociata lesa-pátria, onde a Vale foi vendida a preço de banana. Há mais de 100 ações na Justiça constestando.

Se sua família fosse dona de um imóvel, e um grupo de políticos espertalhões montassem um esquema em conluio com um primo seu de 5º grau, para desapropriar e depois ficar com sua casa por um valor muito menor do que o valor real, por um valor irrisório, você não recorreria à justiça para invalidar o negócio lesivo à sua família? É claro que sim.

Pois foi isso que aconteceu com a Nação Brasileira no processo de privatização da Vale do Rio Doce.

Repudiar essa negociata e revê-la, é um dever de todo brasileiro (até mesmo quem é defende privatizações tem o dever de revê-la, porque não pode aceitar ser lesado no valor de seu próprio patrimônio).

Para manifestarmos nosso repúdio à essa negociata, e exigirmos a revisão dessa venda absurda, em que cada um dos 190 milhões de brasileiros se sente lesado, é que precisamos votar no plebiscito que haverá de 1 a 7 de setembro.

Ainda vamos falar muito desse assunto por esses dias.

O site que concentra informações sobre o plebiscito é http://www.avaleenossa.org.br

0 Comentários:

Postar um comentário


Meus queridos e minhas queridas leitoras

Não publicamos comentários anônimos

Obrigada pela colaboração