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quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Lula em Tegucigalpa

O Presidente Lula está em Tegucigalpa, segunda escala de uma viagem pela América do Norte, América Central e Caribe. Na breve passagem de oito horas por Honduras, Lula comentou a crise do Senado, cujo presidente Renan Calheiros está sendo investigado pela Procuradoria Geral da República em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o Presidente, "Nenhum caso individual, por mais importante que seja, pode atrapalhar a votação de coisas de interesse do nosso país".

"Para que eu não cometa nenhum erro na minha resposta, por que ele é réu?", perguntou Lula.

"Sei que Renan está sendo investigado há muito tempo", disse. "Há dois meses não se fala noutra coisa. Ele tem mostrado todos os documentos para provar sua inocência. Ele próprio pediu que a Polícia Federal o investigasse. O Conselho de Ética do Senado ainda não tomou uma decisão".

O Presidente disse ainda que, "é preciso esperar" o Senado ou o Supremo tomarem uma decisão. "O Presidente da República, por mais importante que ele seja, não pode dar palpite sobre o que vai ocorrer na Suprema Corte". Esse comentário de Lula foi aplaudido pelas autoridades e empresários hondurenhos e brasileiros presentes à solenidade de assinatura de sete acordo entre os dois países.

De Tegucigalpa, Lula partiria ainda ontem à noite para a Nicarágua, e, depois, completaria seu roteiro com visitas a Jamaica e Panamá. Entre os acordos assinados em Honduras, Lula aposta na associação para produzir etanol e biodiesel no país. Tem a boa vontade do presidente José Manuel Zelaya Rosales, que fez da produção do etanol uma das principais promessas de campanha eleitoral.

Etanol e biocombustível permeiam a viagem de Lula. Na comitiva para Honduras foram incorporados 15 empresários do setor do álcool e açúcar. Os acordos estimulam parcerias entre empresários brasileiros e locais. O governo estima que só o mercado americano tem um potencial para absorver 1,3 bilhão de litros ao ano.

Foi a primeira visita de um presidente brasileiro a Honduras, em 101 anos de relações diplomáticas, estabelecidas pelo barão de Rio Branco. Apesar de uma relação irrelevante, o Brasil atuou em favor de Honduras em algumas situações. Teve papel importante, por exemplo, no perdão da dívida de US$ 1,3 bilhão que o país mantinha com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Auxilia os hondurenhos também no combate à Aids, que tem níveis altos de incidência no país. Mas o comércio bilateral aumenta expressivamente desde 1977, e passou de US$ 28,5 milhões para US$ 144 milhões em 2006. O superávit comercial do Brasil é "predominante e crescente, atingindo o saldo de US$ 139 milhões em 2006", diz estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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