O plenário da Câmara transformou ontem a sessão de comemoração aos 155 anos de Teresina (capital piauiense) em um ato de desagravo em favor do Estado. Na presença do governador Wellington Dias (PT), deputados piauienses e de outros Estados protestaram contra o presidente da Philips, Paulo Zottolo. Na semana passada, o empresário afirmou que "se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado".Durante a sessão, ao conversar com os parlamentares, o governador destacou as virtudes e as dificuldades do Estado. Ao tratar sobre a população piauiense, Wellington Dias afirmou que "ser humilde não significa permitir ser humilhado".
Filho de pai piauiense, o líder do P-SOL na Câmara, Chico Alencar (RJ), fez um discurso emocionado. Lembrou do poeta Torquato Neto e da religiosidade do arcebispo de Teresina, d. Avelar Brandão Vilela. "O Piauí é um Estado tão importante quanto os demais da União. Merece o nosso respeito. O que aconteceu com o senhor Paulo Zottolo é que ele cometeu um deslize que reproduz uma convicção".
Depois da repercussão negativa sobre seus comentários, Zottolo tentou explicar o tom de suas afirmações, pedindo desculpas. No entanto, na sessão de desagravo, alguns deputados não consideraram as desculpas. "Não quero que ele (Zottolo) vá ao Piauí. Eu sou da opinião de que ele não deve ir lá. Não precisamos das desculpas dele. Um homem do nível dele não poderia ter falado uma besteira dessas", disse Júlio César (DEM-PI).
Segundo Júlio César, depois das declarações de Zottolo, a empresa Claudine e Cia, responsável por uma rede de distribuição de várias mercadorias que envolve mais de 200 lojas de departamentos espalhadas pelo Norte e Nordeste, suspendeu a compra de produtos da Philips. "É uma represália à declaração infeliz desse presidente despreparado", afirmou o deputado.
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