O processo de privatização da geradora Cia. Energética de São Paulo (Cesp) voltou à pauta do governo do Estado de São Paulo, agora sob a gestão de José Serra. Pessoas dentro e fora do governo já trabalham para que a privatização, eventualmente, aconteça. Na próxima semana, uma série de reuniões marcadas pelo governo podem definir o cenário. Se levado a cabo, seria um negócio de alguns bilhões de reais. A participação detida pelo governo na empresa é de R$ 3,4 bilhões - sendo que R$ 2,5 bilhões estão diretamente nas mãos da Secretaria da Fazenda, segundo cálculos do Valor Data. Ontem, a Cesp tinha uma capitalização de mercado de R$ 8,4 bilhões.
Nas últimas semanas, teve início uma movimentação em torno de preparativos para levar a distribuidora à venda. Os mesmos assessores financeiros que trabalharam na venda da transmissora Cteep para a colombiana ISA no ano passado e que fizeram a reestruturação financeira da própria Cesp começaram a estudar qual seria o melhor formato para a privatização. São eles os bancos de investimento UBS e Morgan Stanley. Nesse contexto, potenciais interessados, entre empresas e fundos, foram procurados por eles para medir o apetite dos investidores.
No passado recente, companhias como Energias do Brasil, controlada pela portuguesa EDP, e Tractebel, do grupo franco-belga Suez, já declararam o interesse na empresa. Um decreto estadual publicado ontem no Diário Oficial também dá pistas da intenção do governo de vender a empresa. Foi transferido da Secretária de Planejamento para a da Fazenda a atribuição de coordenar a avaliação, modelagem e execução da venda de ativos do Estado. A mudança gerou a interpretação de que Serra estaria disposto a fazer caixa a partir da venda de empresas. A Secretaria de Saneamento e Energia afirmou que não falaria sobre o assunto.
Com capacidade de 7,5 mil megawatts (MW), distribuídos em seis hidrelétricas, a Cesp é a segunda maior estatal de geração do país (atrás da Eletrobrás). Ainda sob o governo de Geraldo Alckmin, a empresa passou por uma ampla reestruturação financeira com o objetivo de prepará-la para a venda. Após uma capitalização de R$ 5,5 bilhões, que incluiu emissão de ações, injeção de recursos pelo governo (obtidos com a venda da Cteep) e venda de debêntures, a companhia conseguiu reduzir sua dívida e adequá-la ao fluxo de caixa.
Nas últimas semanas, tem havido intensa especulação no mercado financeiro acerca da eventual privatização. "Muitos fundos estão colocando ações da Cesp em suas carteiras apostando nisso", disse o gestor de um grande fundo de pensão. A privatização da geradora poderia se dar de duas formas. A primeira e mais óbvia seria levá-la a leilão para venda para um comprador estratégico. Com a ebulição do mercado de ações, entretanto, também se considera a possibilidade de venda pulverizada de ações.
Nessa segunda hipótese, entretanto, seria necessária uma consulta à Aneel, a agência reguladora do setor elétrico, por se tratar de uma concessionária. No caso da tentativa de pulverização do controle da Telemar, a Anatel (agência de telecomunicações) chegou a dar o seu aval para a operação. No caso da venda pulverizada, dado o tamanho da empresa, talvez fosse necessário realizar a venda em mais de uma oferta. No passado, chegou-se a cogitar a venda da Cesp em fatias. Mas esse modelo foi abandonado porque não haveria como repartir a dívida e também concluiu-se que haveria perda de valor da empresa.
A decisão de venda da Cesp é considerada eminentemente política, na visão de analistas, uma vez que a companhia já foi saneada. Muitos avaliam que, dado às aspirações políticas do governador Serra, que poderia voltar a concorrer à presidência em 2010, essa não seria uma decisão fácil. Uma das causas apontadas para que Geraldo Alckmin perdesse a corrida presidencial em 2006 foi a imagem de era a favor de privatizações. Para pessoas que acompanham a discussão da venda da Cesp, no entanto, Serra estaria com uma visão mais pragmática. "Ele sabe que precisa fazer caixa para realizar seu plano de governo", diz uma dessas pessoas.
A venda da Cesp é considerada menos polêmica do que uma eventual privatização da Sabesp, por exemplo. Isso porque a Cesp já integra o PED há mais de uma década e teve vários de seus ativos vendidos antes. O controle da CPFL foi vendido em 1997, o da Elektro em 1998 e o da Comgás em 1999. Também em 1999 foram vendidas a Companhia de Geração de Energia Elétrica Tietê e a Paranapanema.
A pesada dívida da Cesp remanescente sempre foi um obstáculo à privatização. Agora, ele foi removido. Em junho de 2006, a estatal devia R$ 10,6 bilhões. Já em 30 de setembro do ano passado, o endividamento líquido diminuiu para R$ 7,4 bilhões. Com a reestruturação dos débitos, o desembolso para 2007 caiu de R$ 2,6 bilhões para R$ 1,5 bilhão. E o de 2009 foi de R$ 1,2 bilhão para R$ 750 milhões.
Nas últimas semanas, teve início uma movimentação em torno de preparativos para levar a distribuidora à venda. Os mesmos assessores financeiros que trabalharam na venda da transmissora Cteep para a colombiana ISA no ano passado e que fizeram a reestruturação financeira da própria Cesp começaram a estudar qual seria o melhor formato para a privatização. São eles os bancos de investimento UBS e Morgan Stanley. Nesse contexto, potenciais interessados, entre empresas e fundos, foram procurados por eles para medir o apetite dos investidores.
No passado recente, companhias como Energias do Brasil, controlada pela portuguesa EDP, e Tractebel, do grupo franco-belga Suez, já declararam o interesse na empresa. Um decreto estadual publicado ontem no Diário Oficial também dá pistas da intenção do governo de vender a empresa. Foi transferido da Secretária de Planejamento para a da Fazenda a atribuição de coordenar a avaliação, modelagem e execução da venda de ativos do Estado. A mudança gerou a interpretação de que Serra estaria disposto a fazer caixa a partir da venda de empresas. A Secretaria de Saneamento e Energia afirmou que não falaria sobre o assunto.
Com capacidade de 7,5 mil megawatts (MW), distribuídos em seis hidrelétricas, a Cesp é a segunda maior estatal de geração do país (atrás da Eletrobrás). Ainda sob o governo de Geraldo Alckmin, a empresa passou por uma ampla reestruturação financeira com o objetivo de prepará-la para a venda. Após uma capitalização de R$ 5,5 bilhões, que incluiu emissão de ações, injeção de recursos pelo governo (obtidos com a venda da Cteep) e venda de debêntures, a companhia conseguiu reduzir sua dívida e adequá-la ao fluxo de caixa.
Nas últimas semanas, tem havido intensa especulação no mercado financeiro acerca da eventual privatização. "Muitos fundos estão colocando ações da Cesp em suas carteiras apostando nisso", disse o gestor de um grande fundo de pensão. A privatização da geradora poderia se dar de duas formas. A primeira e mais óbvia seria levá-la a leilão para venda para um comprador estratégico. Com a ebulição do mercado de ações, entretanto, também se considera a possibilidade de venda pulverizada de ações.
Nessa segunda hipótese, entretanto, seria necessária uma consulta à Aneel, a agência reguladora do setor elétrico, por se tratar de uma concessionária. No caso da tentativa de pulverização do controle da Telemar, a Anatel (agência de telecomunicações) chegou a dar o seu aval para a operação. No caso da venda pulverizada, dado o tamanho da empresa, talvez fosse necessário realizar a venda em mais de uma oferta. No passado, chegou-se a cogitar a venda da Cesp em fatias. Mas esse modelo foi abandonado porque não haveria como repartir a dívida e também concluiu-se que haveria perda de valor da empresa.
A decisão de venda da Cesp é considerada eminentemente política, na visão de analistas, uma vez que a companhia já foi saneada. Muitos avaliam que, dado às aspirações políticas do governador Serra, que poderia voltar a concorrer à presidência em 2010, essa não seria uma decisão fácil. Uma das causas apontadas para que Geraldo Alckmin perdesse a corrida presidencial em 2006 foi a imagem de era a favor de privatizações. Para pessoas que acompanham a discussão da venda da Cesp, no entanto, Serra estaria com uma visão mais pragmática. "Ele sabe que precisa fazer caixa para realizar seu plano de governo", diz uma dessas pessoas.
A venda da Cesp é considerada menos polêmica do que uma eventual privatização da Sabesp, por exemplo. Isso porque a Cesp já integra o PED há mais de uma década e teve vários de seus ativos vendidos antes. O controle da CPFL foi vendido em 1997, o da Elektro em 1998 e o da Comgás em 1999. Também em 1999 foram vendidas a Companhia de Geração de Energia Elétrica Tietê e a Paranapanema.
A pesada dívida da Cesp remanescente sempre foi um obstáculo à privatização. Agora, ele foi removido. Em junho de 2006, a estatal devia R$ 10,6 bilhões. Já em 30 de setembro do ano passado, o endividamento líquido diminuiu para R$ 7,4 bilhões. Com a reestruturação dos débitos, o desembolso para 2007 caiu de R$ 2,6 bilhões para R$ 1,5 bilhão. E o de 2009 foi de R$ 1,2 bilhão para R$ 750 milhões.
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