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quinta-feira, 5 de abril de 2007

ACM muda o tom e diz que vai aproximar Lula da oposição

Desde que foi reeleito, o Presidente Lula assumiu com determinação a função de coordenador político do governo. Ele passou a conduzir pessoalmente as conversas com os parlamentares aliados e avisou que vai se encontrar com integrantes de todos os partidos, inclusive da oposição. Ontem, pela segunda vez, ele fez um gesto de apreço à oposição. Encontrou-se no Palácio do Planalto com um dos mais virulentos críticos do governo, o senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA). E avisou que vai tentar conversar também com os presidentes dos oposicionistas PSDB, Tasso Jereissati (CE), e do DEM (ex-PFL), Rodrigo Maia.

“Ele disse que quer conversar com outras pessoas também da oposição”, relatou o senador. Lula está decidido a evitar os erros de articulação que provocaram a instabilidade política no Congresso no primeiro mandato. Nesse sentido, o Senado é um desafio para o Presidente. Mesmo mantendo os limites entre governo e oposição, Lula precisa ter pontes de conversa com os oposicionistas para ver as medidas enviadas pelo Executivo aprovadas no Senado. Não à toa, ele convidou, em novembro, para viajar no avião Presidencial o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e, no mês passado, visitou ACM no Incor, em São Paulo, enquanto o senador estava internado devido a uma pneumonia.

A visita do Presidente parece ter mudado o humor de Antonio Carlos Magalhães em relação ao governo. Como o senador desejava retribuir a visita, na sexta-feira passada o chefe de gabinete do presidente, Gilberto Carvalho, telefonou ao senador e o convidou para o café da manhã ontem. ACM, que chegou a definir da tribuna do Senado o Presidente com adjetivos pouco elogiosos, surpreendeu-se com o tom de cordialidade de Lula. O Presidente mostrou até uma maquete de uma indústria de fabricação de biodiesel. Depois de uma hora e meia no Palácio do Planalto, ele voltou ao Senado com elogios à elegância do Presidente, que tem camisas feitas pelo mesmo alfaiate de ACM, e ao entusiasmo de Lula com os assuntos de governo.

Renan
Na conversa, o senador fez um diagnóstico de como funciona o Senado. Avaliou que Lula deve manter boas relações, especialmente, com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), magoado depois que o Planalto deu ajuda na reeleição do presidente do PMDB, Michel Temer, adversário interno de Renan. “Eu mostrei a ele o que era a Câmara e o que era o Senado na minha opinião, e que o presidente Renan seria peça-chave para resolver esses problemas”, contou o senador, que evitou, porém, reproduzir as análises Presidenciais. Lula e Renan se encontram hoje no palácio.

Apesar da recomendação de relacionar-se bem com todos os partidos, ACM avaliou que o Presidente tem força política suficiente para cobrar respostas dos aliados. “O que eu disse ao Presidente Lula é que um presidente que tem 20 milhões de votos de diferença do adversário não precisa ficar cedendo nas coisas que não podem ser cedidas a quaisquer partidos”, contou. No encontro, Lula pediu apoio às medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que estão no Congresso, mas não tratou da tentativa oposicionista de instalar a CPI Aéreo.

Ontem mesmo ACM falou com o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e com o líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio (AM). ACM transmitiu o interesse de Lula em conversar. Nada ficou marcado. Mas Tasso sinalizou com a possibilidade de atender o convite. "Temos que avaliar a grosseria de não aceitar", disse a senadores do PSDB e do DEM.

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