O fluxo de investimentos estrangeiros diretos para o Brasil voltou a se destacar nos últimos meses. O ingresso bruto - o líquido exclui as repatriações de capital feitas pelas empresas multinacionais - atingiu US$ 33,4 bilhões nos 12 meses terminados em janeiro. Esse valor é muito próximo da média de US$ 34,6 bilhões registrada entre 1998 e 2001, quando a privatização dos setores de telefonia e energia e de alguns bancos estaduais provocou uma entrada recorde de recursos externos.
Em 2006, os segmentos que registraram maior ingresso de investimentos estrangeiros para participação no capital (que não incluem empréstimos intercompanhias) foram os de intermediação financeira (onde estão os bancos), com US$ 2,9 bilhões, o de eletricidade, gás e água quente, com US$ 2,3 bilhões, o de metalurgia básica (que inclui siderurgia), com US$ 1,7 bilhão, e o de celulose e papel, com US$ 1,6 bilhão.
Outro número interessante: do total de investimentos em participação no capital, o volume para a industria cresceu de 30,2% em 2005 para 38,5% em 2006. O setor industrial ganhou espaço do de serviços, em que houve queda de 59,7% para 54,5%, e do de agricultura, pecuária e extrativa mineral, com recuo de 10,1% para 7%.
O setor de metalurgia básica abocanhou, em 2006, 7,7% dos investimentos em participação no capital, bem mais que o 1,4% do ano anterior. Entre os serviços, o setor de eletricidade - importante no segmento de infra-estrutura - viu sua participação no bolo saltar de 7,3% para 10,5%.
O fluxo líquido de investimentos estrangeiros diretos (que desconta a saída) também mostra recuperação, batendo em US$ 19,7 bilhões nos 12 meses até janeiro. Nos 12 meses até janeiro, elas atingem US$ 13,7 bilhões. Em 2000, quando houve o fluxo líquido recorde de US$ 32,8 bilhões, as repatriações foram bem menores: US$ 7,5 bilhões. Os setores com as maiores repatriações foram os de eletricidade (US$ 1,6 bilhão) e o de intermediação financeira (US$ 1,1 bilhão) - os mesmos que tiveram os maiores ingressos. Se há quem esteja disposto a repatriar parte do investimento nesses segmentos, há também quem esteja interessado em aumentar a presença no país.
O recorde de ingresso bruto de investimentos diretos em 12 meses ocorreu em julho de 1999, atingindo US$ 40,6 bilhões, bastante influenciado pelas privatizações. Entre 1998 e 2001, no auge da venda de estatais, a média do fluxo em 12 meses foi de US$ 34,6 bilhões, próximo do atual volume. "Se levarmos em conta que não há empresas sendo privatizadas neste momento, o ingresso bruto de investimentos pode ser considerado muito favorável"
Em 2006, os segmentos que registraram maior ingresso de investimentos estrangeiros para participação no capital (que não incluem empréstimos intercompanhias) foram os de intermediação financeira (onde estão os bancos), com US$ 2,9 bilhões, o de eletricidade, gás e água quente, com US$ 2,3 bilhões, o de metalurgia básica (que inclui siderurgia), com US$ 1,7 bilhão, e o de celulose e papel, com US$ 1,6 bilhão.
Outro número interessante: do total de investimentos em participação no capital, o volume para a industria cresceu de 30,2% em 2005 para 38,5% em 2006. O setor industrial ganhou espaço do de serviços, em que houve queda de 59,7% para 54,5%, e do de agricultura, pecuária e extrativa mineral, com recuo de 10,1% para 7%.
O setor de metalurgia básica abocanhou, em 2006, 7,7% dos investimentos em participação no capital, bem mais que o 1,4% do ano anterior. Entre os serviços, o setor de eletricidade - importante no segmento de infra-estrutura - viu sua participação no bolo saltar de 7,3% para 10,5%.
O fluxo líquido de investimentos estrangeiros diretos (que desconta a saída) também mostra recuperação, batendo em US$ 19,7 bilhões nos 12 meses até janeiro. Nos 12 meses até janeiro, elas atingem US$ 13,7 bilhões. Em 2000, quando houve o fluxo líquido recorde de US$ 32,8 bilhões, as repatriações foram bem menores: US$ 7,5 bilhões. Os setores com as maiores repatriações foram os de eletricidade (US$ 1,6 bilhão) e o de intermediação financeira (US$ 1,1 bilhão) - os mesmos que tiveram os maiores ingressos. Se há quem esteja disposto a repatriar parte do investimento nesses segmentos, há também quem esteja interessado em aumentar a presença no país.
O recorde de ingresso bruto de investimentos diretos em 12 meses ocorreu em julho de 1999, atingindo US$ 40,6 bilhões, bastante influenciado pelas privatizações. Entre 1998 e 2001, no auge da venda de estatais, a média do fluxo em 12 meses foi de US$ 34,6 bilhões, próximo do atual volume. "Se levarmos em conta que não há empresas sendo privatizadas neste momento, o ingresso bruto de investimentos pode ser considerado muito favorável"
"É como se o apetite estrangeiro por ingressar em negócios no lado real da economia não tivesse se alterado em relação ao momento de pico destes investimentos. O mundo empresarial entende que qualquer empresa grande não pode estar fora do Brasil neste momento, a despeito dos desafios que o país tem que superar", diz o professor Fernando Ribeiro, da PUC-São Paulo e do Mackenzie
O professor Fernando Ribeiro, , diz ainda que é uma questão estratégica para as multinacionais manterem presença no Brasil dado o tamanho da economia. O fato de o país ter vantagens comparativas em áreas como a produção de commodities também atrai capital, diz ele. Por fim, há alguns setores manufatureiros em que o Brasil conta com mão-de-obra razoavelmente especializada, o que também interessa ao investidor estrangeiro. Ele acredita que o segmento de etanol também poderá receber fluxos significativos, devido à febre dos biocombustíveis. Barros também é otimista quanto às perspectivas para a infra-estrutura. O segmento é uma das prioridades do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e deverá ser um dos destaques nos próximos anos.
Ele cita ainda setores vão se beneficiar da recuperação da demanda interna, como o comércio, que recebeu US$ 1,485 bilhão de investimentos diretos em 2006. Por fim, o boom imobiliário deve continuar a atrair a atenção do estrangeiro. No ano passado, o ingresso de recursos para participação em capital em atividades imobiliárias ficou em US$ 1,404 bilhão.
Ribeiro diz que o Brasil tem atrativos para o capital estrangeiro, mas lembra um outro fator que também explica o recente aumento dos investimentos diretos: o crescimento global desses fluxos, como mostram os números da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês). Em 2006, o volume de investimentos diretos no mundo cresceu 34,3% em relação ao ano anterior, para US$ 1,23 trilhão. Foi o terceiro ano de alta, empurrado pelo crescimento da economia global e dos lucros das empresas.
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