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domingo, 28 de janeiro de 2007

Sem trégua.


Serra dá entrevista no buraco do Alckmin
Sem oposição em São Paulo, o PSDB também vai ficar sem CPI na Assembléia paulista,a novidade é que o acidente no Metrô poderá ser investigado por uma comissão especial da Câmara dos Deputados, diga-se, aliados do José Serra e Geraldo Alckmin. O pedido de criação foi apresentado na semana passada por Ivan Valente (PSOL) e Luiza Erundina (PSB).

A imprensa diz “O Consórcio”, sem citar as empreiteiras [Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e OAS] e os seus digníssimos sócios e proprietários, está jogando mais poeira abstrata nas nossas fuças e nas apurações, ,Eles têm endereços fixos e sabidos ou eram os empreiteiros astronautas? . Por que ninguém foi ouvir o Geraldo, que usava e abusava das imagens da linha Amarela na sua campanha na televisão?

A nossa imprensa nem sempre destra nas questões vocabulares, criou-se uma saudável unanimidade em torno de “cratera”. É perfeita a adequação entre palavra e coisa, entre “cratera” e aquele buraco monstruoso que tragou um pedaço de São Paulo. Uma vez consagrada, a opção vocabular pode parecer apenas natural, mas sabemos que não é bem assim. Haveria outras possibilidades – para começar, buraco mesmo. Buracão. Ou cova, grotão, fosso, depressão, quem sabe cavidade, caverna. Tudo, como se vê, insuficiente para conjurar a necessária dose de espanto que “cratera” – do latim cratera, “vaso grande”, importado por sua vez do grego krater – conjura, com suas ressonâncias vulcânicas, lunares e, de agora em diante, para os tucanos, será só, metroviárias.

É impressionate! Quando a mídia quer manipular a notícia , consegue; É uma habilidade invejável, como está acontecendo com o acidente no METRÔ, São Paulo, governado pelo PSDB.Nos grandes jornais escritos e televisivos , não houve até hoje um comentário direto afirmando que um dos culpados, além da construtora responsável, é o governo estadual de Gerraldo Alckmim e o governo municipal de Serra, pois este já foi prefeito de São Paulo. Mesmo a construtora tendo autonomia pela obra, é necessário uma fiscalização do poder público. No Jornal da Globo, o presidente do Metrô se defendeu, falando “que existe uma fiscalização dos aspectos técnicos da construção, mas que, pelas regras do contrato, as cinco empresas responsáveis pela obra têm autonomia para tomar todas as decisões – inclusive sobre segurança.” Pergunta-se : Como é que a fiscalização não percebeu o erro da construtora e nem do vencimento da licença ambiental? Foi erro também do governo tucano.

O poder público tem a função de fiscalizar qualquer obra de ordem pública e regulamentar à de ordem privada. Por isso, não há mais como esconder : a culpa é da construtora e dos governos estadual e municipal de São Paulo. Agora é só encontrar os nomes dos responsáveis diretos, e os grandes jornais concordam com o Serra: a culpa é do consórcio. Cadê os comentários de Arnaldo Jabour, um dos comentaristas da Globo? Calou-se! Talvez, seja por isso, que ainda continua na emissora! Cadê a Record? Cadê a SBT? Cadê o Folha de São Paulo? Cadê Datena? Provavelmente estão pensando erm 2010.

Helena

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