Para os exportadores que contavam com a desvalorização do real neste ano, as projeções não são boas. Segundo analistas consultados pelo Banco Central para o primeiro relatório de mercado do ano, a moeda norte-americana valerá R$ 2,20 no fim de dezembro. Na semana passada, a aposta era de R$ 2,25. O fluxo de recursos externos para o Brasil e os bons sinais do comércio exterior tendem a sustentar o nível atual de valorização do real. "Isso mostra que a percepção dos investidores é que os dólares devem continuar indo aos mercados emergentes, inclusive ao Brasil", diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
Segundo Agostini, dois indicadores sustentam o cenário sobre o dólar. O primeiro é ligado ao juro nos Estados Unidos, cuja trajetória de elevação estaria prestes a ser encerrada. No front interno, haveria sinais claros de que a balança comercial continuará a trazer dólares ao País. "O quadro favorável não é uma novidade", declara Agostini. "Presenciamos essa queda das cotações há vários meses."De acordo com relatório divulgado ontem pelo BC, a projeção para o dólar no fim deste ano era próxima de R$ 2,48 em fevereiro do ano passado. Em março, caiu para R$ 2,40. Em agosto, para R$ 2,30. Para Agostini, são poucos os obstáculos à trajetória cadente. Nem mesmo o processo de redução da taxa básica de juros, a Selic, e as importações preocupam. "Mesmo com o corte da Selic, continuamos com o maior juro do mundo", lembra o economista.
A despeito dessa valorização, analistas do mercado prevêem saldo comercial positivo de US$ 38,6 bilhões neste ano. Na semana passada, falavam em US$ 38 bilhões. O relatório do Banco Central também traz previsão de saldo em conta-corrente de US$ 6,40 bilhões, ante 6,60 bilhões na semana anterior. No caso do Investimento Estrangeiro Direto (IED), o mercado espera US$ 16,2 bilhões ante US$ 16,1 bilhões do levantamento anterior. PIB de 2,73% em 2006. A aposta de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado recuou de novo, passando de 2,74% para 2,73%. Para 2007, a expectativa foi mantida em 3,50%. No cenário sobre inflação, estabilidade em 4% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado no regime de metas de inflação, e 4,29% no Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M). Com inflação estável, analistas continuam a apostar em taxa Selic de 11,75% ao ano em dezembro. Ou seja, redução de 1,5 ponto percentual durante o ano. Para a reunião de janeiro, nos dias 23 e 24, espera-se corte de 0,25 ponto percentual.
Helena
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