Na contramão das políticas de proteção ambiental, os deputados estaduais de Mato Grosso aprovaram um projeto de lei que reduz uma das reservas mais importantes da Amazônia: o Parque Cristalino. O Ministério Público vai investigar o caso.
Uma espécie rara de falcão, descoberta há três anos, só é vista em um pedaço da Amazônia. Pelo menos outras 500 espécies de aves vivem aqui, protegidas numa área de 183 mil hectares. Criado há seis anos, o Parque do Cristalino fica no norte de Mato Grosso, perto da divisa com o Pará.
É o hoje um dos principais refúgios da biodiversidade amazônica e recebe pesquisadores o ano inteiro. A reserva é cercada de áreas desmatadas e pode perder terreno para a pecuária e a agricultura. Deputados estaduais de Mato Grosso aprovaram um projeto de lei que vai reduzir a área do Parque em mais de 10%.
O projeto deve ser promulgado já na próxima semana. A redução da área do parque chegou a ser vetada pelo governador de Mato Grosso com base em um parecer técnico da Secretaria da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Os deputados ignoraram o parecer e derrubaram o veto.
Os deputados justificam que a redução vai corrigir uma injustiça contra produtores rurais antigos na região. "Essas áreas foram abertas antes da criação do parque. E não era justo se acrescentar ao Parque Cristalino essas áreas de direito dos proprietários que lá estavam produzindo”, disse Dilceu Dal Bosco, do PFL.
Já ambientalistas dizem que a maior parte da ocupação ocorreu depois que o Cristalino virou área protegida. "Eles estão legitimando crimes ambientais, porque essa população invadiu a área do parque. Ela tem que ser retirada e não o parque ser diminuído”, disse Cássia Ayoub, ambientalista.
Helena
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