Entre 2005 e 2006, 2,15 milhões de famílias deixaram a classe de consumo D/E e passaram a integrar a C, de acordo com estudo realizado em meados deste ano pela LatinPanel. Segundo a empresa houve no período uma redução de cinco pontos percentuais da população da faixa D/E. Esse segmento representava 44% do total em 2005 e passou para 39% neste ano. A parcela migrou para a classe C, que passou de 33% para 37% da população do País. A alimentação dentro do lar passou de 23,6% para 30,4% dos gastos no período.
Sob Lula, consumo cresce mais entre pobres
Consumo das classes D e E é 11% maior que em 2002
Volume médio adquirido pelas classes D e E subiu 11%, contra média nacional de 5%, segundo estudo em 8.200 domicílios Aumentaram também as compras de produtos práticos, como suco pronto e massa instantânea, entre a população de baixa renda .Aumentou 5% o volume de produtos comprados pelos brasileiros na era Lula, de 2003 até agosto de 2006. Dessa cesta mais gorda, fazem parte os itens alimentícios, de limpeza e higiene e beleza. No mesmo período, os gastos (nominais) para compras dessas mercadorias cresceram 31%. Foram os mais pobres que compraram mais: há quatro anos, a lista de supermercado das classes D e E era composta por 21 categorias (como farinha, leite, sabão em pedra etc). Em 2006, o número de categorias subiu para 27 (alta de 29%).
Os dados fazem parte da pesquisa "O Consumidor na Era Lula", apresentada ontem, em São Paulo, pela consultoria LatinPanel. Foram visitados 8.200 domicílios semanalmente nos últimos anos no país, com análise de hábitos de consumo e gastos, em cidades com mais de 10 mil habitantes. Essa alta de 29% no número de categorias compradas é a maior entre todas as classes de renda. Mais: nas camadas de menor poder de compra (D e E), o volume médio adquirido subiu 11% nos últimos quatro anos. Acima, portanto, da média de 5%. O gasto também teve elevação considerável entre os mais pobres, de 35%.
No alto da pirâmide social, o grupo de maior renda (A e B) apresentou aumentos no consumo. A alta na quantidade de itens adquiridos por eles foi de 5% de 2003 a 2006, enquanto na classe C a expansão foi de 8%. (35% e 34%, respectivamente). foi o volume comprado pelos grupos de renda menor como uma certa sofisticação nas compras. O acesso ao crédito fácil, inclusive no varejo de alimentos, disse Margareth Utimura, diretora comercial da LatinPanel.
Consumo prático
Na lista de compras aparecem as mudanças. De 2003 para cá, os mais pobres passaram a gastar dinheiro com produtos classificados como práticos. São itens como suco pronto para beber e massa instantânea, que respondiam por 24% dos gastos nas lojas há quatro anos e agora são 28%. Nessa mesma linha, os chamados produtos supérfluos ganharam espaço: são 33% dos gastos, contra 29% em 2001. Para Denis Ribeiro, economista da Abia, que representa a indústria de alimentos, espera-se uma alta de 3,2% na produção do setor em 2006. A base é elevada: em 2005, o crescimento foi de 3,6%.
Helena
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