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domingo, 19 de novembro de 2006

Caso Dossiê segue com tratamento desonesto


O jornal O Globo publicou mais uma matéria sobre o “Caso Dossiê”, documento que teria sido alvo de petistas para prejudicar tucanos durante a campanha eleitoral. O Globo destaca então o que interessa para a campanha de difamação que organiza. Título da página 12, em destaque: “Piloto do dossiê é servidor do governo petista”. Subtítulo: “Tito Lívio, que ia transportar parte do R$ 1,7 milhão, foi cedido anteontem para gabinete de tucano na Assembléia”.

Texto: “O piloto Tito Lívio Ferreira Júnior, procurado por petistas para transportar de São Paulo para Cuiabá parte do R$ 1,7 milhão que seria usado para comprar o dossiê contra tucanos, é funcionário do governo petista de Mato Grosso do Sul, lotado na Agência Estadual de Empreendimentos (Agesul). O Diário Oficial do estado de anteontem publicou portaria cedendo-o para a Assembléia”. Caixa ao lado, supostamente relacionada com o tema, o sugestivo título “Pizza no forno” e a mudança repentina de assunto: “Processo de Janene pode ser arquivado”. Tratava da quebra de decoro parlamentar no Congresso Nacional de um deputado do PP do Paraná. Na linguagem gráfica jornalística, a nota foi tratada como complementação da matéria (box).

De posse destas informações, até o mundo mineral chegará à conclusão que o “governo petista” (título) tentou efetivamente prejudicar os tucanos na campanha eleitoral e – veja que país corrupto! – conseguiu. Registra-se que os jornalistas não possuem informações adequadas para falar em “dossiê contra tucanos” (linha 6), simplesmente pelo fato de que não conhecem o conteúdo do dossiê.

O que não interessa

Agora as informações que não interessam: Ferreira é piloto concursado. Não é uma indicação política, pelo contrário (como veremos abaixo). Foi para a Assembléia porque o governo estadual vendeu em 1996 seus aviões. Cito: “Segundo a Assembléia Legislativa, Ferreira está à disposição do gabinete do deputado estadual Waldir Neves (PSDB), eleito deputado federal este ano. O piloto trabalhou para os tucanos na campanha eleitoral”.

Atenção, porque não é invenção: o piloto trabalhou para os tucanos na campanha eleitoral. Então, segundo O Globo formula na chamada, um funcionário de campanha tucano, concursado, é o “piloto do dossiê” (título) e “servidor do governo petista” (título). Não seria importante destacar que fazia campanha eleitoral para os tucanos?

Se fosse jornalismo.

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