Greves como a dos bancários têm sido raras este ano. Os reajustes salariais no terceiro trimestre, em sua maioria, foram feitos por meio de acordos entre sindicatos e empresas, em níveis que repõem a inflação acumulada, com um percentual de aumento real. Mesmo categorias de setores cuja produção foi afetada pelo câmbio valorizado - seja por queda nas exportações, seja por maior concorrência de produtos importados - estão negociando acordos salariais com percentuais de correção real superiores aos de 2005.
No ano passado, os sapateiros da gaúcha Novo Hamburgo receberam aumento de 0,46% além da inflação anual. Neste ano, o aumento real ficou em 1,15%. Os têxteis da região de Blumenau, em Santa Catarina, receberam 1,15% de aumento real este ano, acima dos 0,5% do ano anterior, e o piso da categoria foi reajustado em 11% no total, acima dos 9% de 2005. Para os metalúrgicos do Paraná, o aumento real deste ano foi de 2,68%.
A inflação baixa é a principal responsável pela tranqüilidade nas negociações salariais. Nos 12 meses encerrados em setembro do ano passado, ela estava em 4,99%, medida pelo INPC. Em setembro passado, ficou em 2,86%.
No quarto trimestre estão concentradas as datas-base de categorias importantes, como os metalúrgicos de São Paulo e parte dos do ABC, além de químicos da capital e do interior de São Paulo. Os pedidos de aumento variam de 5% a 10%, mas os sindicalistas apostam na inflação baixa, no crescimento da economia e no bom desempenho desses setores para projetar acordos semelhantes ou até melhores do que os do ano passado.
Helena
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