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domingo, 15 de outubro de 2006

Alckmin gastou mais no fim de governo de olho na presidência


De janeiro a abril deste ano, foram comprometidos 63,6% dos recursos previstos para obras, contra 28,5% no mesmo período de 2005

Ex-governador também elevou excessivamente a estimativa de arrecadação, fazendo com que Lembo tivesse que cortar gastos

O candidato tucano à Presidência da República, Geraldo Alckmin, acelerou gastos pouco antes de deixar o cargo de governador do Estado de São Paulo. No período em que disputava a indicação do PSDB para concorrer com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Alckmin utilizou recursos com obras públicas em níveis mais elevados do que aqueles dos primeiros quadrimestres de 2004 e 2005. Acredita- se que a tal prática "engesse" o governo de Cláudio Lembo e dificulte o primeiro ano da gestão Serra.

A análise dos recursos empenhados entre janeiro e abril identificou a antecipação de gastos considerados eleitorais. Nos primeiros quatro meses deste ano, o governo Alckmin comprometeu em obras e instalações 63,6% dos recursos previstos para esse item. No mesmo período de 2004, foram apenas 18,3%; em 2005, 28,5%. Aumentou o empenho com passagens, auxílios financeiros a pessoas físicas -incluindo repasses de programas sociais de complementação de renda- e despesas com pessoas jurídicas, que podem atender a interesses específicos firmados com ONGs, fundações e firmas prestadoras de serviços.

A Secretaria da Fazenda informou que, de janeiro a abril, foram empenhados R$ 33,5 bilhões (41% do total do Orçamento), e que haviam sido liquidados R$ 24,3 bilhões. A liquidação significa que a entrega do bem ou serviço havia sido realizada. Os recursos liquidados correspondiam a 30% dos orçamento.Em junho, acendeu o sinal amarelo nas contas do Estado, ao se detectar uma frustração de receitas nos primeiros meses do ano. Lembo determinou, então, corte de despesas de R$ 1,5 bilhão. A base aliada de Lembo acreditava em uso eleitoral das verbas."Houve um trem da alegria nos final do governo Alckmin. Isso atrapalhou o Lembo agora. Gastaram muito mais do que deveriam em fevereiro e março", afirmou à Folha em junho o presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia paulista, José Caldini Crespo (PFL).

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