O dossiê teve impacto muito pequeno sobre o eleitorado brasileiro, mostrou pesquisa do instituto Sensus divulgada nesta terça-feira, que continua apontando a reeleição do Presidente Lula já no primeiro turno. O levantamento, feito sob encomenda da Confederação Nacional do Transporte (CNT), revela que as intenções de voto em Lula ficaram praticamente estáveis, passando de 51,4 por cento, no final de agosto, para 51,1 por cento.
Enquanto isso, seu principal adversário, Geraldo Alckmin (PSDB), subiu de 19,6 por cento para 27,5 por cento. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais. Segundo a sondagem, o episódio do chamado "dossiê Serra", explorado pela oposição nos últimos dias, não foi capaz de mexer na eleição.
Do total de eleitores, apenas 3,2 por cento afirmaram deixar de votar em Lula devido ao escândalo da tentativa de compra de um dossiê para incriminar políticos tucanos. Já 27,7 por cento disseram que não vão mudar seu voto no presidente e outros 22,8 por cento responderam que já não votariam em Lula. "Os 3,2 por cento não são suficientes para garantir segundo turno. A compra do dossiê teve impacto pouco significativo comparado ao nível de popularidade do Lula, à estabilidade da moeda e à situação da economia", disse Ricardo Guedes, responsável pela pesquisa.
Ele acrescentou que os números não revelam se esses votos perdidos por Lula foram para Alckmin, mas ponderou que, ao longo desses 30 dias, o tucano tirou pontos de Heloísa Helena (PSOL) e do grupo de indecisos. A senadora Heloísa Helena passou de 8,6 por cento para 5,7 por cento, seguida pelo senador Cristovam Buarque (PDT), que oscilou de 1,6 para 1,4 por cento. Os demais candidatos não chegaram a 1 por cento cada.
Quase não teve alteração no nível de rejeição dos candidatos. De acordo com Guedes, o patamar de Alckmin, acima dos 40 por cento, o colocaria numa situação pouco confortável para chegar ao 2o turno. A rejeição de Lula é de 27,3 por cento. Na lista de voto espontâneo, Lula teria 46 por cento e Alckmin, 23,1 por cento. No mês passado, o patamar atingido por Lula era de 42,3 por cento e o de Alckmin, 13,7 por cento. Heloísa Helena tinha em agosto 5,4 por cento contra 4,6 por cento em setembro. Os indecisos e os que declararam votar em branco ou nulo caíram de 38,2 por cento para 24,9 por cento.
Num eventual segundo turno, o presidente venceria o candidato do PSDB por 55,6 por cento a 33,7 por cento, ante 56,7 por cento a 30,8 por cento registrados há um mês. O cenário estável para Lula também pode ser explicado pelo baixo percentual de eleitores que atribuem ao presidente a responsabilidade no escândalo do dossiê, segundo a pesquisa. Parte deles, 30,5 por cento, acha que o episódio não vai prejudicar a reeleição, contra 25,8 que dizem o contrário.
Somente 10,1 por cento dos eleitores dizem que Lula tem culpa no cartório, ante 26,1 por cento que atribuem o envolvimento a assessores do presidente e 13,6 que afirmam o mesmo sobre o PT. "A situação é extremamente complicada para Alckmin. Nesse cenário, Lula estaria reeleito", disse. O Instituto Sensus entrevistou 2.000 pessoas entre os dias 22 e 24 de setembro em 195 municípios do país.
Rejeição
Na análise do índice de rejeição, 27,3% não votariam em Lula. Alckmin alcançou 41% de rejeição e Heloísa Helena, 50,3%. Na pesquisa anterior, Lula tinha 25,5% de rejeição. Alckmin tinha 42%. Heloísa Helena, 50,1%.
Helena
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