Ted Turner, fundador da rede de televisão CNN e um dos proprietários da AOL Time Warner, propôs ontem a produção de biocombustível como o meio para quebrar o impasse sobre subsídios agrícolas nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) e atenuar a pobreza global.
Ted Turner, em conferência na OMC: países ricos devem transferir subsídios Se o caminho é investimentos em etanol a partir de açúcar, ou diesel a partir de milho e soja, o exemplo a seguir é o Brasil, na visão do bilionário que saiu quase cantarolando "Brasil, Brasil" pelos corredores da OMC. "Ninguém pode bater o exemplo do Brasil", disse ele, em tom entusiasmado. Pelos seus cálculos, a produção nacional de biocombustível levou o país a poupar US$ 50 bilhões em importação de petróleo e criação de empregos.
Em um vibrante discurso num fórum público que a OMC promove anualmente, Turner apresentou sua "nova abordagem" para ressuscitar a Rodada Doha, que está bloqueada devido à divisão entre países ricos e pobres sobre subsídios agrícolas. Ele argumentou que os agricultores sempre produziram cereais para alimentação, mas a agricultura está mudando. Hoje, muitos produzem também para energia. As oportunidades de negócios são gigantescas, aponta Turner: a produção global de etanol dobrou desde 2000, a de biodiesel foi multiplicada por quatro. E a demanda é tão grande que mesmo o Brasil, maior produtor mundial, não consegue atender nem seu próprio mercado doméstico.
"Biocombustível não é solução milagrosa para o mundo e há armadilhas", disse. "Soja para biodiesel pode reforçar o desflorestamento do ecossistema da Amazônia." Burgmans disse que a Unilever vai investir "muito" no Brasil. Turner ficou ainda mais famoso globalmente ao anunciar doação de US$ 1 bilhão, em 1998, para uma fundação de apoio a causas e atividades da Organização das Nações Unidas (ONU). Um dos projetos é estimular a produção de biocombustível na América Central, tentando atrair investidores e financiamentos. "Mas o Brasil é o exemplo", acrescentou.
Helena
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