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quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Brasil está mais justo


Ganhos dos 50% mais pobres saltam de 10,11% para 12,20%

A desigualdade de renda do mercado de trabalho apresentou queda entre março de 2002 e junho de 2006. A constatação é da pesquisa “Redistribuição à brasileira: ingredientes trabalhistas”, divulgada ontem pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPS-FGV).

A Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE constatou que, entre março de 2002 e junho de 2006, a fatia da renda do trabalho apropriada pelos 50% mais pobres entre os trabalhadores das seis maiores regiões metropolitanas do país cresceu de 10,11% do total para 12,20% do total. O Índice de Gini – um termômetro da desigualdade que, quanto mais perto de zero, melhor – da renda domiciliar per capita do trabalho caiu de 0,633 para 0,6. E o percentual dos trabalhadores pobres caiu de 23,95% para 18,57% do total.

O grande avanço nesses indicadores ocorreu entre abril e julho de 2004. Nesse curto período, a fatia de renda apropriada pelos 10% mais pobres cresceu de 10,50% para 11,62%; o Índice de Gini caiu de 0,626 para 0,609 e o número de pobres de 23,88% para 19,45% do total. E, em 2004, o salário mínimo sofreu reajuste, de R$ 240 para R$ 260.

Em compensação, em 2005 houve aumento real de 9% no salário mínimo e, este ano, de 13%. O economista Marcelo Neri, chefe do CPS-FGV, defende o que ele chama de “novas políticas sociais”, como o Bolsa Família que, na sua opinião, tem um efeito na redução da pobreza e da desigualdade muito intenso.

Helena

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