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quinta-feira, 13 de julho de 2006

Terrorismo Brasileiro


Dois meses depois do terror se instalar na população de São Paulo, novos ataques em massa de criminosos a delegacias e postos de polícia, bancos e ônibus voltaram varrer o estado. O governo do estado, mais uma vez, tem dificuldades para conter a violência e dá sinais de desorientação. Até às 23h, a polícia paulista havia registrado 73 ataques, com 53 alvos. A Secretaria de Segurança Pública reconheceu oficialmente a morte de seis pessoas por conta dos ataques, mas outros dois assassinatos podem ter ligação com os atentados. Entre as outras vítimas estão um PM e sua irmã, além de um funcionário da polícia científica. Dois policiais ficaram feridos e cinco pessoas foram detidas. Mais duas agências bancárias foram alvo de ataques de bombas no final da noite de ontem.

Os crimes são atribuídos à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Estariam sendo comandados, de dentro da cadeia, por líderes da facção mantidos em presídios do interior de São Paulo. O secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, corre o risco de perder o cargo, caso a persista a onda de ataques. Ele declarou que São Paulo vive “clima de guerra” e que “a única opção é vencer”. O serviço de inteligência da polícia trabalhava com informações ontem de que a madrugada de hoje poderia ser ainda “muito pior”.

O governador Cláudio Lembo também tem recebido pressões do PFL e do PSDB para “dar uma resposta rápida à sociedade” e assim evitar prejuízos à candidatura do tucano Geraldo Alckmin à Presidência da República. Desde os ataques do PCC em maio, o líder do PFL na Assembléia Legislativa de São Paulo, Edmir Chedid, pede “a cabeça” do secretário Saulo, em seguidos discursos.

Em reunião dos comandos das polícias civil e militar do estado, autoridades enxergaram “conotações políticas” nos atentados. Nesse encontro, falou-se de possíveis influências políticas na ação criminosa de Emivaldo Silva Santos, 30 anos, o BH, apontado como o comandante do PCC no ABC paulista. O criminoso foi preso na noite de anteontem na Rodovia dos Imigrantes, numa operação policial. Sua prisão teria provocado a nova reação do PCC.É o jeito pratico do tucano governar, não quer ver a realidade.

Como o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, vem hoje a São Paulo para oferecer mais uma vez a ajuda federal ao governo paulista — alguns cardeais da polícia tucana estariam defendendo que o governador Cláudio Lembo torne público os supostos interesses do PCC para abalar Alckmin e favorecer os seus adversários. Isso pode ocorrer nos próximos dias, garantem fontes da polícia.

A polícia conseguiu prender BH porque vinha monitorando o bandido, por meio de escutas telefônicas, desde a tentativa de resgaste de presos que a facção desencadeou em cidades do ABC paulista, em 26 de junho. Naquele momento, policiais montaram uma emboscada, nas proximidades do presídio de São Bernardo do Campo, e mataram 13 supostos integrantes da organização.

Supermax

Outra hipótese para a nova onda de violência é a reação do PCC aos comentários de que vários de seus líderes integrariam uma lista de 40 presos a serem enviados para o presídio federal de Catanduvas, no Paraná, conhecido como Supermax. O governo do estado, no entanto, negou a informação de que essa decisão já teria sido tomada. “É um desserviço divulgar essa lista. Gera sensação de insegurança. E é falsa”, criticou Abreu Filho.

O período de maior acirramento na guerra travada entre a polícia e o PCC ocorreu entre 12 e 16 de maio, por causa da reação da facção à transferência de alguns dos seus principais líderes para presídios de segurança máxima no estado, entre eles Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. Do dia 12 até 19 de maio, ocorreram 299 ataques, com pelo menos 152 mortes de policiais, agentes penitenciários, guardas municipais e suspeitos.

Helena

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