Pages

sexta-feira, 14 de julho de 2006

Na dianteira, Lula domina a agenda eleitoral


Além de permanecer à frente na corrida eleitoral para a Presidência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tem o controle da agenda de temas da campanha. Segundo pesquisa com mil entrevistas feita por telefone pelo Instituto Ipespe, do sociólogo pernambucano Antonio Lavareda, os temas apontados como os maiores problemas econômicos do País são aqueles com os quais o presidente Lula é mais identificado: a geração de empregos (62% de menções) e o combate à pobreza (39%).

Lula foi considerado o candidato mais identificado com a geração de empregos por 33% dos entrevistados, ante 29% obtidos por Geraldo Alckmin (PSDB) e 7% por Heloísa Helena (P-SOL). No combate à pobreza, 40% identificam Lula com o tema, ante 24% conseguidos por Alckmin e 9% por Heloisa Helena.


O candidato tucano apresenta vantagem sobre Lula em relação a dois temas: redução de impostos e promoção do desenvolvimento. Foram temas citados como prioritários respectivamente por 29% e 6% dos entrevistados. Lula empata com Alckmin na identificação com a bandeira de redução dos juros e o supera, por três pontos percentuais, na associação com o combate à inflação. "Este é um resultado que surpreende, explicável pelo desempenho macroeconômico do governo superior ao registrado no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso", disse Lavareda.

A pesquisa do Ipespe, por ter sido feita por telefone, é representativa do universo dos eleitores com acesso à rede telefônica em casa. O percentual dos pesquisados com vencimentos acima de 5 salários mínimos, por exemplo, é de 24%, ao passo que nas pesquisas abertas este total gira em torno de 15%. Apesar disso, os resultados de intenção de voto e avaliação de governo são muito similares às sondagens com metodologia diferente.

Na pesquisa estimulada, Lula consegue 42% das intenções de voto, Alckmin fica com 27%, Heloisa Helena com 7% Cristovam Buarque (PDT) e Rui Costa Pimenta (PCO) empatados com com 1%. Na espontânea, que identifica voto consolidado, Lula consegue 31%, Alckmin 13% e Heloisa Helena , 2%. Estes resultados dariam a vitória a Lula no primeiro turno por seis pontos percentuais de diferença. Entre os eleitores com renda abaixo de 2 salários mínimos, Lula fica com 48%, Alckmin com 21% e Heloisa Helena com 6%. Na faixa acima de 5 mínimos, Lula perde dezessete pontos, Alckmin ganha dezesseis e Heloisa Helena quatro.

Na simulação de segundo turno, Lula ganharia com 45% e Alckmin obteria 39%, mostrando a maior capacidade do tucano de agregar os 9% de votos de Heloisa Helena, Cristovam e Costa Pimenta. Para a opção "Nenhum dos dois" iriam 9% dos pesquisados.

A baixa disposição de se anular o voto ou votar em branco é sentida mesmo em relação à eleição proporcional. Dos pesquisados, somente 11% afirmam que pretendem votar branco ou nulo para deputado federal. A opção por reeleger os atuais deputados foi escolhida por 7% dos pesquisados, enquanto 18% dizem que procurarão nomes novos para votar e 59% se declaram indecisos. "Se acrescentarmos os indecisos, o percentual que rejeita os candidatos no segundo turno e que não sabe em quem votar é de 16%, muito menor do que os números registrados em 2002. Este é um sinal de que o eleitorado está gostando da polarização entre o PT e PSDB", disse.

A pesquisa do Ipespe procurou captar ainda o potencial de voto dos quatro candidatos pelos maiores partidos. O grau de conhecimento de Lula chegou à unanimidade: nenhum entrevistado afirmou que nunca ouviu falar dele. Lula é considerado "bem conhecido" por 57% dos entrevistados. Já Alckmin ainda pode ser apresentado a 6% dos eleitores que afirmam não terem qualquer informação sobre seu nome. Somente 23% dos pesquisados afirmam conhecê-lo bem. "Para mim este é o item mais importante da pesquisa. Há indícios sólidos para considerar que a força eleitoral de Lula em grande parte está no grau de conhecimento dele", disse Lavareda.

A senadora Heloisa Helena é bem conhecida por 13% dos sondados, enquanto o senador Cristovam Buarque ainda é um anônimo para 51% dos entrevistados. Somente 4% dizem conhecê-lo bem.

Ao se medir a probabilidade de voto, é possível identificar a pouca disposição do eleitorado em embarcar em propostas de esquerda. Heloisa Helena é a candidata mais rejeitada, com 38% dos pesquisados afirmando que não votariam nela "de jeito nenhum". Mas 51% dos pesquisados afirmaram não conhecer o suficiente Cristovam Buarque para opinar e 19% disseram o mesmo em relação à candidata do P-SOL. Apenas 10% fizeram esta escolha em relação a Alckmin.

A pesquisa do Ipespe foi realizada entre os dias 10 e 11 de julho e registrada no Tribunal Superior Eleitoral, sob o protocolo 10799/2006. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo e o intervalo de confiança é de 95,5%.


Helena
Com informações do Valor Econômico

0 Comentários:

Postar um comentário


Meus queridos e minhas queridas leitoras

Não publicamos comentários anônimos

Obrigada pela colaboração