A maioria das pessoas que empunhavam bandeiras de Geraldo Alckmin na convenção admitiu ter ouvido o nome do candidato tucano à Presidência pela primeira vez. Levadas a Belo Horizonte de ônibus, disseram que a viagem foi motivada pelas promessas de lanche grátis e de emprego na campanha.
A distribuição dos lanches, que começou às 9h, por pouco não causou um grande problema: ela foi interrompida por volta das 11h, para que as pessoas voltassem ao pavilhão para acompanhar os discursos. A paralisação gerou reclamações, xingamentos, empurra-empurra e bate-boca entre os organizadores. Após 30 minutos, a distribuição dos lanches foi retomada.
Segundo a empresa Anjos da Guarda, que prestou segurança ao evento, a convenção reuniu 6.000 pessoas. O presidente do PSDB mineiro, Nárcio Rodrigues, falou em 15 mil. O custo das convenções nacional e estadual foi de R$ 1 milhão, segundo o PSDB.
Os ônibus fretados pelos diretórios tucanos -a reportagem contou cerca de 200- começaram a chegar a Belo Horizonte às 8h. Uma hora depois teve início a convenção estadual do PSDB, que referendou o nome do governador Aécio Neves à reeleição.
Foram confeccionadas 10 mil bandeiras com o rosto de Alckmin. A Folha ouviu pelo menos 20 pessoas que carregavam essas bandeiras nas filas das barracas que distribuíam feijão tropeiro, sanduíche de pernil, espetinho de porco, cachorro-quente e refrigerante. Nenhuma conhecia Alckmin. Esse "desconhecimento" também era visível nas faixas penduradas no local, que grafavam seu nome de várias formas.
"Eu não o conheço nem nunca vi na TV", disse Laura Gomes, 43, atraída ao local pela promessa de trabalho. "Foi a primeira vez agora", disse Nilvânia da Silva, 34. Os adolescentes Shirlene Basílio, 17, e Jéssico Emílio Simão, 21, afirmaram que, além dos sanduíches, receberiam R$ 10 cada um na volta para casa. O presidente do PSDB mineiro negou o pagamento: "O PSDB ofereceu lanche e transporte, não existe nada sobre pagamento".
PFL
Numa cerimônia em nada parecida com as festas partidárias que definem candidaturas nacionais para a eleições, o nome do senador José Jorge (PFL-PE) também foi oficializado como vice na chapa. Cerca de 200 pessoas, incluindo a imprensa, ocuparam apenas uma terço do auditório do Senado. Havia efeitos especiais, papel picado luminoso em verde e amarelo jogados no ar e uma extensa lista de oradores, mas faltaram bandeiras, gritos de guerra e animação. "Faltou povo", resumiu um senador do PFL, pedindo para não ser identificado.
No discurso, classificou a gestão de seu adversário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de "mentira política" e criticou Lula por usar a máquina pública para fazer campanha. "Agora se inaugura pedra fundamental até no final de governo", afirmou.
Os convencionais, a maioria de Brasília, ligados ao deputado José Roberto Arruda, aplaudiam os oradores, mas só vibravam quando o nome do pefelista, candidato ao governo do Distrito Federal, era mencionado.
O orador que desejava um levante efusivo da platéia, dizia a senha "Arruda" no microfone, e ouvia um entoado grito no auditório.
Mauricio Andrade
Com a colaboração da Agência Folha, em Belo Horizonte
0 Comentários:
Postar um comentário
Meus queridos e minhas queridas leitoras
Não publicamos comentários anônimos
Obrigada pela colaboração