O lobista Nilton Monteiro entregou à Polícia Federal, em 5 de maio, os originais da chamada "lista de Furnas", assunto que está sob investigação do Ministério Público e da Polícia Federal.
A lista contem nomes de 156 políticos, de vários partidos, que teriam recebido recursos de caixa dois. O responsável pela lista, segundo Monteiro, é Dimas Fabiano Toledo, ex-diretor de Furnas Centrais Elétricas. Em depoimento à CPI dos Correios, Toledo negou a existência da lista e de operar caixa dois.
A Folha apurou que a PF já tem pronto o laudo da perícia feita sobre essa lista entregue em maio. A conclusão é que não houve montagem da lista, mas isso não significa que o seu conteúdo seja verdadeiro.
Até então o que havia era um laudo feito sobre cópias da lista entregue também por Monteiro, o que não permitiu concluir se teria havido ou não montagem.
Lista verdadeira
Em depoimento à PF, em janeiro, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) disse que a lista é verdadeira e que recebeu R$ 75 mil.
Monteiro disse hoje que não apresentou antes a lista original porque queria mostrá-la "ao vivo e a cores" à CPI dos Correios.
"Não apresentei porque queria ser ouvido pela CPI. Queria entregar ao vivo e a cores desde agosto do ano passado. Não me ouviram. Eu esperei", disse Monteiro.
Ele compareceu ontem ao Juizado Especial Cível, em Belo Horizonte, para uma audiência em um processo que 11 deputados estaduais mineiros movem contra ele e Luiz Fernando Carceroni,e um militante do PT, por danos morais. Os deputados os acusam de terem divulgado uma "falsa lista de Furnas".
Monteiro disse que estão tentando "denegrir" a sua imagem. "Eu vou provar que não estou mentindo", disse ele, acrescentando que ele já denunciou outras irregularidades e que tudo foi provado.
Até as últimas consequências
"Eu vou até as últimas conseqüências. Vou provar tudo o que eu falei. Denunciei no Espírito Santo. Denunciei o esquema do Azeredo, tudo sempre comprovado. E o de Furnas já tem muita coisa. Essa era a peça que faltava", disse ele, referindo-se ao documento entregue na PF.
O esquema que ele denunciou no Espírito Santo, em 2001, foi sobre supostas irregularidades praticadas no governo de José Ignácio Ferreira, então no PSDB.
Ele denunciou também o uso de caixa dois na campanha do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), durante a sua tentativa de reeleição ao governo de Minas em 1998. Essa investigação é tocada pela PF.
Sobre o processo que os deputados movem contra Monteiro pela divulgação da lista, ele disse que os deputados deveriam processar o ex-diretor de Furnas. Carceroni, por sua vez, negou ter divulgado a lista. Segundo ele, apenas repassou a lista que recebera para as autoridades, pedindo que a lista fosse investigada
Helena
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