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quarta-feira, 10 de maio de 2006

A voz do Vampiro


O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, finalmente saiu do esquife onde repousava e chamou o governo Lula de "frouxo", referindo-se ao episódio da nacionalização do gás boliviano. Como se sabe, o presidente Lula rejeitou o caminho preferencial da direita, a agressão, e optou pela negociação com o governo da Bolívia, o que desagradou a Serra, entre outros oposicionistas raivosos. O ex-prefeito não disse o que o presidente devia ter feito, na sua imodesta opinião, mas, conhecendo-se o seu passado, é possível imaginar. Além de ser o patrocinador de uma epidemia de dengue de amplitude nacional, ele é o personagem inescrupuloso que não hesitou em rasgar o compromisso público e assinado que fez ao povo da cidade de São Paulo, de não abandonar o cargo de prefeito até o final do mandato. Também é impossível esquecer que ele é também o homem que tem ojeriza à população carente, que tentou expulsar para bem longe da capital paulista.

Com esse perfil, Serra certamente aplaudiria se o presidente Lula agisse como FHC diante da greve dos petroleiros em 1998, quando o então presidente mandou tropas do Exército invadirem as refinarias para sufocar o movimento e, ao mesmo tempo, aprovar no Congresso, sem resistência popular, a "flexibilização" do monopólio estatal do petróleo, após uma negociação parlamentar alicerçada na troca de favores, o famoso "é dando que se recebe". Ao contrário do que acontece agora na Bolívia, a iniciativa de FHC não beneficiou o povo do país, mas sim às multinacionais estrangeiras do petróleo.

Como o ex-presidente Washington Luís, o último expoente da República Velha, os tucanos consideram que a questão social – os direitos dos trabalhadores, dos pobres e dos humildes – é uma desprezível questão que a polícia e o Exército devem resolver.

Jens

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