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segunda-feira, 1 de maio de 2006

O último ato de um bufão


Na véspera do Dia do Trabalhador, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PMDB), pré-candidato à Presidência da República, iniciou uma greve de fome em protesto contra o que chamou de "campanha mentirosa e sórdida" para desconstruir sua imagem. Garotinho afirma que sofre perseguição da mídia, do sistema financeiro e do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, segundo nota divulgada. O que Garotinho chama de perseguição na mídia é a divulgação pelos jornais que a sua pré-campanha à Presidência foi turbinada com 650 mil reais de origem suspeitíssima. Por exemplo, uma das empresas doadoras, a Virtual Line Projetos e Consultoria de Informática, tinha como sócio, à época da campanha, o assaltante José Onésio Rodrigues Ferreira, que está cumprindo pena no Complexo de Bangu, no RJ. Outras empresas que colaboraram com o ex-governador, além de não funcionarem no endereço fornecido à Receita Federal, têm vínculos com o governo do estado do Rio, que é comandado por Rosinha Garotinho, esposa do candidato a faquir. Seria coincidência ou favorecimento?

Por sua vez, a revista Veja, preocupada com os prejuízos que o peemedebista possa causar à candidatura do seu queridinho, o tucano Geraldo Alckmin, informa que Garotinho teria usado durante a pré-campanha jatinho que pertence a um criminoso, João Arcanjo Ribeiro, mas que estava sob a guarda de um administrador jurídico e arrendado a uma empresa de limpeza urbana. Com a greve de fome, o peemedebista pretende criar um fato político que o transforme em vítima de um pretenso conluio formado por veículos da grande imprensa e o governo federal. Alguém pode imaginar o governo Lula aliado com a revista Veja? Pois é, só mesmo uma mente enferma para conceber uma associação tão extravagante. Dessa forma, Garotinho, malandramente, tenta eximir-se de apresentar explicações à sociedade sobre a origem nebulosa dos recursos que recebeu. A greve de fome é o gesto desesperado de um político que vê afundar a sua esperança de concorrer à Presidência da República - o ato desvairado de um bufão que vê aproximar-se a sua hora no patíbulo. Já vai tarde .

Jens

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