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quinta-feira, 18 de maio de 2006

Lembo diz não saber quem pagou TVs


O governador de São Paulo, Claudio Lembo (PFL), admitiu ontem que foram comprados televisores para os presos mas disse que não tinha informações sobre quem pagou as despesas.

— Vou fazer uma sindicância para saber se os televisores entraram nos presídios via alguém da Secretaria de Administração Penitenciária ou de alguém de fora. Acho possível que tenham sido adquiridas. Acho até oportuno entretenimento para os presos — disse ele.

Lembo também admitiu a cessão do avião:

— Cedeu, sim. Cedeu, sim. Era urgente, claro que era urgente. Vamos ter convicção das coisas. Acordo não houve, mas havia a necessidade de todos os trabalhos de captação de informação — disse ele.

O governador voltou a negar acordo com Marcola para que as rebeliões fossem controladas:

— Não foi feito pedido algum. Como é que houve acordo se houve tanto confronto? A polícia está reagindo, mas não tem sentimento de vingança.
Isso é muito grave hein seu Lembro,será que as televisões não vieram de uma carga roubada? .

Para a PF, o acordo de fato existiu


A Polícia Federal também recebeu no início da semana a informação de que representantes do governo de São Paulo fizeram um acordo com a principal facção criminosa paulista numa tentativa de pôr fim às rebeliões comandadas pela organização criminosa desde a sexta-feira. O acerto seria uma tentativa do governo estadual de conter as rebeliões e, com isso, evitar o desgaste político provocado pela recusa da ajuda federal no episódio.

— Houve acordo sim — disse em Brasília um policial federal que teve acesso às informações sobre o acordo.

Acordo inclui transferência para outros presídios

O governador Cláudio Lembo e alguns de seus principais assessores na área de segurança pública têm negado insistentemente a existência do acordo com os criminosos. No domingo, o corregedor da Secretaria de Administração Penitenciária, Antonio Ruiz Lopes, e outros integrantes do governo estadual participaram de uma reunião de três horas com oito integrantes da facção no Centro de Reabilitação Penitenciária de Presidente Bernardes.

Os criminosos teriam exigido aparelhos de televisão para assistir aos jogos da Copa do Mundo e também a remoção para outros presídios. Teria ficado decidido que as transferências poderiam acontecer numa fase posterior às rebeliões, quando o assunto estivesse fora de foco.

Helena

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