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quinta-feira, 18 de maio de 2006

Governo de SP esconde nomes de mortos em conflitos


Com a justificativa de que poderia atrapalhar as investigações, a polícia de São Paulo continua mantendo sob sigilo total os nomes dos 93 homens mortos em confronto com a polícia desde sexta-feira. A resistência das autoridades, no entanto, está por um fio. O procurador-geral de Justiça, Rodrigo César Rebello Pinho, disse ontem que já solicitou boletins de ocorrências de todas as mortes ocorridas no estado após os ataques da facção criminosa e espera receber os informes a partir de hoje.

Ontem, o governador Cláudio Lembo (PFL) teria orientado a polícia a não liberar a lista alegando que a medida tinha sido proposta pelo procurador-geral. Pinho, no entanto, telefonou para Lembo à noite e disse que a informação era incorreta.

— O Ministério Público é favorável à divulgação e tem o poder legal de requisitar as informações. Conversei com o governador e creio que ele recebeu uma informação truncada. Houve um ruído que já foi esclarecido — disse Pinho.

O secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu, disse que os nomes não serão divulgados enquanto as investigações estiverem em curso:

— Muitos ainda estão sendo identificados, falta a elaboração de laudos necroscópicos. Não podemos divulgar os nomes enquanto não apurarmos as circunstâncias dessas mortes.

A secretaria distribuiu ontem a lista com os nomes de policiais militares e civis mortos nos ataques.

— Não podemos revelar esses nomes até descobrirmos quem são os seus comparsas — emendou Abreu Filho, que ontem falou pela primeira vez desde o início dos atentados.

O secretário disse que muitos corpos continuam no Instituto Médico-Legal sem documentos e sem o reconhecimento de familiares. Segundo ele, a identificação é dificultada uma vez que o sistema da polícia tem dados de 53 milhões de digitais.

O comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, disse ontem que já tinha em mãos os nomes de pelo menos 53 dos 93 mortos nos confrontos.

— Muitos já estão identificados — garantiu o coronel.

Aos jornalistas, Borges mostrou-se surpreso com a falta de informações sobre os criminosos mortos. Solicitado para divulgar a lista, o comando da PM informou que os nomes seriam divulgados apenas pela Secretaria de Segurança Pública.


Helena

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