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terça-feira, 4 de abril de 2006

Os escoteiros da virtude cívica


Sorridente, o candidato Geraldo Alckmin disse no Jornal Nacional de segunda-feira que está tranqüilo em relação as irregularidades no uso de verbas publicitárias durante sua gestão no governo de São Paulo, que serão investigadas pelo Ministério Público. O ex-governador disse que nada tem a esconder, em 33 anos de vida pública transparente e irreprochável.

Se é assim, por que razão fez a sua bancada na Assembléia Legislativa paulista abortar no nascedouro 69 pedidos de CPIs? Caso não tivesse nada a ocultar não teria tomado essa atitude. Mas ainda há tempo. Que tal dar o sinal verde para que as ações sob suspeita do seu governo possam ser apuradas pelos deputados paulistas?

O escoteiro da virtude pública (expressão do ministro Tarso Genro, para designar os recém convertidos arautos da moralidade pública), não expressou opinião sobre a mutreta entre sua esposa, D. Lú Alckmin, e o estilista Rogério Figueiredo, o generoso doador de 400 modelitos de alta costura para a ex-primeira-dama paulista (À propósito, ouvi mal ou os 400 vestidos se transformaram em 40 no JN?).

A auto-proclamada transparência do candidato Alckmin não condiz com a realidade. Na verdade, sua grande habilidade é esconder debaixo do tapete fatos que possam comprometê-lo ou causar constrangimento. Reconheça-se, a bem da verdade, que esta parece ser uma característica nata dos tucanos, haja visto o escoteiro-chefe, FHC, que igualmente logrou êxito em todas as iniciativas para impedir a investigação de operações nebulosas ocorridas em seu governo.

Haja óleo de peroba para lustrar tanto cinismo.

Jens

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