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domingo, 9 de abril de 2006

O Globo depena ainda mais candidatura de Alckmin à Presidência da República


O Globo de hoje obrigará os jornais paulistas a trabalhar duro neste domingo. A bomba traz o título "Filho de Alckmin é sócio da filha do Dr. Jou", assinada por Tatiana Farah, com a informação de que "um dos filhos do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), Thomaz, é sócio da família do acupunturista Jou Eel Jia, médico particular de Alckmin, que tem diversos convênios no governo, além de ter sua revista custeada por órgãos públicos".

Jou, para lembrar, é um dos titulares do processo de investigação aberto pelo procurador-geral de Justiça do Estado, Rodrigo Pinho, que pretende escarafunchar, diz o jornal fluminense, "a relação entre Alckmin e seu acupunturista com negócios públicos. Suspeita-se de tráfico de influência, já que nos dois últimos anos Jou mantém convênios com secretarias do governo. Em uma das parcerias, formalizada como ‘termo de cooperação técnica’, a Secretaria de Educação gastou R$ 1,044 milhão".

A reportagem do O Globo acrescenta que Thomaz e a filha de Jou, Suellen, são sócios da JT Comércio e Distribuição de Produtos Naturais, empresa que fornece os itens usados na clínica de Jou, assim como em seu spa, a 60 quilômetros de São Paulo. "A mando da Secretaria de Educação do estado, só no ano passado, 864 professores fizeram cursos de até três dias nesse spa". O candidato à Presidência pelo PSDB confirmou a parceria do filho, e ressuscitou o que já disse durante esta semana: "Estão tentando encontrar pêlo em ovo".

O jornal dá ao PT de São Paulo a paternidade pela nova denúncia, mas o jornalista responsável por esse blog ouviu de fonte confiável que as denúncias contra Alckmin podem ter outra origem: a ala tucana que voa em torno do ex-prefeito e candidato a governador de São Paulo, José Serra, que ainda não teria desistido da disputa pela Presidência da República.

Essa informação encontra suporte no comentário de hoje da jornalista Eliane Cantanhêde, Folha de S.Paulo, "Pena para todo lado". O texto inspira-se na folga que Luiz Inácio Lula da Silva mantém sobre Geraldo Alckmin na pesquisa DataFolha apresentada hoje, contrariando a previsão de que o crime de quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa e a demissão de Antonio Palocci iriam se traduzir em queda de Lula na preferência eleitoral.

"O PSDB foi capaz de trocar o candidato certo pelo não sabido. O PMDB será capaz de expelir um candidato que cresce em intenção de votos, cai em rejeição e ameaça chegar ao segundo turno? Para os governistas, é importante tirá-lo. Para os oposicionistas, mantê-lo é questão de vida ou morte -como é para Alckmin.
Seu drama: se Garotinho correr, Lula pode ganhar no primeiro turno; se ficar, Alckmin corre o risco de perder a vaga do segundo turno para ele.

Isso, é claro, assanha as penas tucanas, porque Serra se desincompatibilizou da prefeitura para disputar o governo, mas, na prática, está disponível para vôos mais altos. A troca de candidatos seria de uma ousadia incompatível com a prudência tucana. Mas sua lembrança tem um efeito prático: enfraquece ainda mais a posição política e eleitoral de Alckmin."

O "enfraquecimento" de Alckmin e a blindagem de Lula demonstrados nas pesquisas reforça o coro, já iniciado na imprensa, (vide a revista Veja desta semana) pela abertura do processo de impeachment do presidente da República. Todas as reportagens a respeito trazem um ponto em comum: falta o povo nas ruas para dar solidez à proposta.

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