O mercado financeiro desligou-se completamente da chamada "crise política". A acareação promovida ontem na CPI dos Bingos entre o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, e o ex-militante petista Paulo de Tarso Venceslau mereceu audiência mínima e entediada. As notícias sobre o destino do ex-ministro Antonio Palocci também não despertam atenção. E a promoção do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, à "bola da vez" das denúncias da oposição só arranca bocejo. Nada disso interessa mais aos mercados. A importante lição colhida, na semana passada, da troca de piloto da economia foi que, em hipótese alguma, o avião presidencial sairá, mesmo que levemente, do curso ultra-ortodoxo traçado há três anos e três meses.
A calmaria foi geral ontem. O dólar fechou em baixa de 0,18%, cotado a R$ 2,1360. A queda só não foi maior porque o Banco Central fez leilão de compra às 15h10. Aceitou 12 propostas a R$ 2,1330. Interrompidas na semana passada, as compras oficiais, destinadas a aumentar as reservas internacionais, cujo montante de US$ 59,8 bilhões é considerado insuficiente pelo FMI, ajudam os bancos a se livrarem das incômodas posições compradas à vista. Até a semana passada, as instituições carregavam cerca de US$ 2,8 bilhões. E começaram a devolver os dólares esta semana.
Luiz Sérgio Guimarães
Valor Econômico
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