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quinta-feira, 20 de abril de 2006

Imprensa vendida


Uma reportagem de capa sobre o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e cinco páginas de anúncio do governo de São Paulo na mesma edição podem levar a revista “Futebol Paulista” para o foco de denúncias de uso político das verbas de publicidade no governo de São Paulo durante a gestão Alckmin. Juntamente com a Nossa Caixa, estatal acusada de irregularidades e propaganda dirigida, a Casa Civil do governo foi uma das principais anunciantes da revista, que durou nove edições e teve tiragem inferior a cem mil exemplares. A Corregedoria da Assembléia Legislativa vai encaminhar hoje a denúncia ao Ministério Público.

Ligada à Federação Paulista de Futebol (FPF), a revista circulou entre 2004 e 2005. Na edição número cinco, que tinha Alckmin na capa, há cinco páginas de anúncios do governo estadual. O editorial dá boas-vindas aos “novos amigos”: “Marcos Vinícius, Roberval, Felipe, Roger, Juliana e Maria Cristina, todos do Palácio do governo, ao Beraldo — presidente da Assembléia Legislativa — e ao amigo publicitário Saint Clair”. Saint Clair de Vasconcelos é presidente da Contexto, agência que atendia à Casa Civil e hoje tem a conta da Nossa Caixa. Roger é Roger Ferreira, ex-assessor de comunicação de Alckmin que pediu demissão após as denúncias sobre a Nossa Caixa. Beraldo é Sidney Beraldo, presidente do PSDB estadual e, à época, presidente da Assembléia Legislativa.

A editora QI, já extinta, era responsável pela publicação e pela captação de anunciantes. Para os anúncios da Nossa Caixa, de página dupla, foram pagos entre R$ 35 mil e R$ 40 mil. Há anúncios também de padarias comunitárias, projeto popular ligado à ex-primeira-dama Lu Alckmin. O governo e o proprietário da editora, Marcelo Neres, afirmam que os anúncios das padarias foram gratuitos.

— Isso é usar verba pública para propaganda pessoal — afirmou o corregedor da Assembléia, Romeu Tuma Jr (PMDB).

Helena
Com informações do O Globo

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