A pedido do Jornal do Brasil, o IBPS realizou entre os dias 23 e 30 de março uma pesquisa de abrangência nacional que indica a possibilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser reeleito já no primeiro turno. Esta hipótese ocorre quando não há candidato do PMDB na disputa, cenário que parece cada dia mais provável.
A pesquisa encomendada pelo Jornal do Brasil ao Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS) mostra que, apesar do ataque pesado e constante que a oposição e setores da mídia desenvolvem contra o governo, Lula não perdeu eleitorado, pelo contrário, o presidente ganhou dois pontos em relação à pesquisa anterior, realizada no início de março. Talvez isso explique por que a pesquisa foi praticamente ignorada pela grande imprensa. Fora o próprio Jornal do Brasil, que fez uma matéria discreta sobre o levantamento, nenhum outro grande jornal repercutiu a pesquisa.
Mesmo na Internet, até ontem à noite, os dados só podiam ser encontrados no site do IBPS ( http://www.ibpsnet.com.br/ ) e em algumas poucas páginas eletrônicas de pequena expressão jornalística.
Lula lidera em todos os cenários
Segundo a pesquisa IBPS/JB, Lula lidera a corrida sucessória em todos os cenários. Na pesquisa espontânea —em que o entrevistador não cita o nome de nenhum candidato e que é considerada pelos especialistas como a que mais reflete a tendência do eleitorado— Lula (27,8%) está mais de 12 pontos a frente de Alckmin (15,7%).
Considerando apenas os votos válidos, em comparação com os índices da primeira rodada da pesquisa, Lula avançou de 42% para 44% das intenções de voto. Seu provável adversário tucano, Geraldo Alckmin, passou de 26% para 31%. Alckmin se aproximou, mas continua atrás da última posição de Serra, que tinha 35% das intenções de voto na primeira rodada da pesquisa.
O crescimento de Lula surpreendeu, pois todos esperavam que o acirramento da crise política fizesse o presidente cair nas pesquisas. Já o crescimento de Alckmin era esperado. Analistas políticos o atribuem ao fato desta ser a primeira rodada da pesquisa IBPS/JB que apresenta Alckmin como candidato único do PSDB. Nas rodadas anteriores, o nome de José Serra também era incluído na consulta. E pode vir a ser reintroduzido, pois nos bastidores do PSDB prospera a tese de que se a candidatura de Alckmin não deslanchar até junho, o nome do ex-governador paulista poderá ser substituído por Serra. Foi este, acredita-se, o principal motivo que levou José Serra a abandonar a prefeitura de São Paulo.
Na pesquisa anterior, quando computados apenas os votos válidos, na simulação entre Lula e Serra havia empate técnico na disputa do segundo turno. O ex-prefeito de São Paulo tinha 51 pontos, contra 49 de Lula. Na simulação com Alckmin, ainda nos primeiros dias de março, Lula aparecia com 53 pontos percentuais contra 47 do ex-governador. Agora, a diferença está mais apertada, a favor de Lula: 52 a 48 pontos.
Quando Garotinho entra no cenário do segundo turno, o cenário permanece tranqüilo para Lula, que ganha por 65 contra 35 pontos percentuais, computados só os votos válidos. A situação estacionária de Garotinho na pesquisa é mais um dado que sugere a possibilidade de o ex-governador negociar apoio e se transformar num possível fiel da balança na eleição, caso mostre força para transferir votos.
Regionalmente, Lula continua melhor situado no Nordeste, com 55% das intenções de voto contra 18,6% de Alckmin. O pior desempenho de Lula é no Centro-Oeste, onde o presidente aparece com 34,5% e Alckmin com 31,9%. Já o melhor desempenho de Alckmin é no Sudeste, com 38,2%, mesmo assim perde para Lula que tem, no Sudeste, 38,6% das intenções de voto.
Alckmin continua a ser o candidato preferido dos ricos. Tem 54% dos votos entre os que ganham mais de 10 a 20 salários mínimos. Lula, inversamente, aparece com 54% dos votos entre os que têm uma renda inferior a 1 salário mínimo.
A pesquisa foi realizada por telefone —o que pode, em certa medida, distorcer o resultado em relação à intenção de voto dos mais pobres— e ouviu 2.009 pessoas entre os dias 23 a 30 de março. O nível de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro de 2,2% para mais ou para menos. A consulta foi registrada no TSE sob o número 3646/2006.
Herança mesclada
O IBPS fez um cruzamento para saber como o eleitorado que votou em 2002 em Lula, Serra, Ciro Gomes e Garotinho pretende votar agora. A maioria (52,7%) dos entrevistados votou em Lula nas últimas eleições presidenciais. Destes, 61,5% pretendem repetir o voto em Lula em 2006. Outros 17,4% pretendem agora votar em Alckmin, 10,5% em Garotinho, 6,1% em Heloísa Helena, 3,2% em César Maia, 1,3% em Roberto Freire e 0,1% no ex-petista Cristovam Buarque.
Já entre os eleitores que votaram em Serra em 2002 (17,5% dos entrevistados), 67,5% pretendem agora votar em Alckmin e 9,9% dizem que votarão em Lula. Outros 10,6% pretendem dar o voto para Garotinho, 7,9% votariam em Heloisa Helena e 3,4% em César Maia.
Dos votos dados a Garotinho em 2002, Alckmin herdaria, segundo a pesquisa 20% e Lula 5,7%.
Muito melhor que Fernando Henrique
Lula ainda leva uma boa vantagem na comparação do seu governo com o de Fernando Henrique Cardoso: 43,3% consideram o governo petista ''melhor'' ou ''muito melhor''. FHC só leva vantagem para 23,3% dos entrevistados.
A pesquisa mostra ainda que a maioria absoluta (80%) da população não tem simpatia por nenhum partido. Entre os eleitores que têm alguma simpatia partidária, 9,9% preferem o PT, 3,3% citaram o PSDB como partido de preferência. O PMDB foi citado por 2,7%, o PFL por 1,3% e outros partidos totalizaram 1,9% das citações.
A corrupção é o maior problema que o país enfrenta para 25% dos entrevistados. 21% consideram o desemprego e 16% acham que o maior problema é a criminalidade.
Entre as prioridades para o novo presidente, as mais citadas são gerar empregos (23,2%), melhorar a educação (18.6%) e combater a corrupção (12%).
Crise Palocci
O IBPS quis avaliar também qual foi a repercussão da crise envolvendo o agora ex-ministro Antônio Palocci. Perguntados se conheciam a denúncia de que Palocci freqüentava a chamada “casa do lobby”, 70% disseram que tomaram conhecimento do assunto e 29% disseram que não sabiam do que se tratava a denúncia. Dos que acompanharam o episódio, 47% responderam que o ministro deveria ter sido afastado imediatamente e 30% acham que a denúncia deveria ser melhor investigada.
A pesquisa encomendada pelo Jornal do Brasil ao Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS) mostra que, apesar do ataque pesado e constante que a oposição e setores da mídia desenvolvem contra o governo, Lula não perdeu eleitorado, pelo contrário, o presidente ganhou dois pontos em relação à pesquisa anterior, realizada no início de março. Talvez isso explique por que a pesquisa foi praticamente ignorada pela grande imprensa. Fora o próprio Jornal do Brasil, que fez uma matéria discreta sobre o levantamento, nenhum outro grande jornal repercutiu a pesquisa.
Mesmo na Internet, até ontem à noite, os dados só podiam ser encontrados no site do IBPS ( http://www.ibpsnet.com.br/ ) e em algumas poucas páginas eletrônicas de pequena expressão jornalística.
Lula lidera em todos os cenários
Segundo a pesquisa IBPS/JB, Lula lidera a corrida sucessória em todos os cenários. Na pesquisa espontânea —em que o entrevistador não cita o nome de nenhum candidato e que é considerada pelos especialistas como a que mais reflete a tendência do eleitorado— Lula (27,8%) está mais de 12 pontos a frente de Alckmin (15,7%).
Considerando apenas os votos válidos, em comparação com os índices da primeira rodada da pesquisa, Lula avançou de 42% para 44% das intenções de voto. Seu provável adversário tucano, Geraldo Alckmin, passou de 26% para 31%. Alckmin se aproximou, mas continua atrás da última posição de Serra, que tinha 35% das intenções de voto na primeira rodada da pesquisa.
O crescimento de Lula surpreendeu, pois todos esperavam que o acirramento da crise política fizesse o presidente cair nas pesquisas. Já o crescimento de Alckmin era esperado. Analistas políticos o atribuem ao fato desta ser a primeira rodada da pesquisa IBPS/JB que apresenta Alckmin como candidato único do PSDB. Nas rodadas anteriores, o nome de José Serra também era incluído na consulta. E pode vir a ser reintroduzido, pois nos bastidores do PSDB prospera a tese de que se a candidatura de Alckmin não deslanchar até junho, o nome do ex-governador paulista poderá ser substituído por Serra. Foi este, acredita-se, o principal motivo que levou José Serra a abandonar a prefeitura de São Paulo.
Na pesquisa anterior, quando computados apenas os votos válidos, na simulação entre Lula e Serra havia empate técnico na disputa do segundo turno. O ex-prefeito de São Paulo tinha 51 pontos, contra 49 de Lula. Na simulação com Alckmin, ainda nos primeiros dias de março, Lula aparecia com 53 pontos percentuais contra 47 do ex-governador. Agora, a diferença está mais apertada, a favor de Lula: 52 a 48 pontos.
Quando Garotinho entra no cenário do segundo turno, o cenário permanece tranqüilo para Lula, que ganha por 65 contra 35 pontos percentuais, computados só os votos válidos. A situação estacionária de Garotinho na pesquisa é mais um dado que sugere a possibilidade de o ex-governador negociar apoio e se transformar num possível fiel da balança na eleição, caso mostre força para transferir votos.
Regionalmente, Lula continua melhor situado no Nordeste, com 55% das intenções de voto contra 18,6% de Alckmin. O pior desempenho de Lula é no Centro-Oeste, onde o presidente aparece com 34,5% e Alckmin com 31,9%. Já o melhor desempenho de Alckmin é no Sudeste, com 38,2%, mesmo assim perde para Lula que tem, no Sudeste, 38,6% das intenções de voto.
Alckmin continua a ser o candidato preferido dos ricos. Tem 54% dos votos entre os que ganham mais de 10 a 20 salários mínimos. Lula, inversamente, aparece com 54% dos votos entre os que têm uma renda inferior a 1 salário mínimo.
A pesquisa foi realizada por telefone —o que pode, em certa medida, distorcer o resultado em relação à intenção de voto dos mais pobres— e ouviu 2.009 pessoas entre os dias 23 a 30 de março. O nível de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro de 2,2% para mais ou para menos. A consulta foi registrada no TSE sob o número 3646/2006.
Herança mesclada
O IBPS fez um cruzamento para saber como o eleitorado que votou em 2002 em Lula, Serra, Ciro Gomes e Garotinho pretende votar agora. A maioria (52,7%) dos entrevistados votou em Lula nas últimas eleições presidenciais. Destes, 61,5% pretendem repetir o voto em Lula em 2006. Outros 17,4% pretendem agora votar em Alckmin, 10,5% em Garotinho, 6,1% em Heloísa Helena, 3,2% em César Maia, 1,3% em Roberto Freire e 0,1% no ex-petista Cristovam Buarque.
Já entre os eleitores que votaram em Serra em 2002 (17,5% dos entrevistados), 67,5% pretendem agora votar em Alckmin e 9,9% dizem que votarão em Lula. Outros 10,6% pretendem dar o voto para Garotinho, 7,9% votariam em Heloisa Helena e 3,4% em César Maia.
Dos votos dados a Garotinho em 2002, Alckmin herdaria, segundo a pesquisa 20% e Lula 5,7%.
Muito melhor que Fernando Henrique
Lula ainda leva uma boa vantagem na comparação do seu governo com o de Fernando Henrique Cardoso: 43,3% consideram o governo petista ''melhor'' ou ''muito melhor''. FHC só leva vantagem para 23,3% dos entrevistados.
A pesquisa mostra ainda que a maioria absoluta (80%) da população não tem simpatia por nenhum partido. Entre os eleitores que têm alguma simpatia partidária, 9,9% preferem o PT, 3,3% citaram o PSDB como partido de preferência. O PMDB foi citado por 2,7%, o PFL por 1,3% e outros partidos totalizaram 1,9% das citações.
A corrupção é o maior problema que o país enfrenta para 25% dos entrevistados. 21% consideram o desemprego e 16% acham que o maior problema é a criminalidade.
Entre as prioridades para o novo presidente, as mais citadas são gerar empregos (23,2%), melhorar a educação (18.6%) e combater a corrupção (12%).
Crise Palocci
O IBPS quis avaliar também qual foi a repercussão da crise envolvendo o agora ex-ministro Antônio Palocci. Perguntados se conheciam a denúncia de que Palocci freqüentava a chamada “casa do lobby”, 70% disseram que tomaram conhecimento do assunto e 29% disseram que não sabiam do que se tratava a denúncia. Dos que acompanharam o episódio, 47% responderam que o ministro deveria ter sido afastado imediatamente e 30% acham que a denúncia deveria ser melhor investigada.
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