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domingo, 9 de abril de 2006

Caixa e vestidos

TURBULÊNCIA NA DECOLAGEM
Poupado durante o governo em São Paulo, Alckmin é alvo de denúncias

Para quem parecia concorrer, além da Presidência da República, ao posto de santo, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin entrou cedo no caminho que leva ao purgatório de uma campanha política. Menos de um mês após derrotar os caciques tucanos e ser escolhido o presidenciável do PSDB, deixando para trás o ex-prefeito paulistano José Serra, Alckmin foi posto na linha de tiro. Desde que o jornal Folha de S.Paulo divulgou, no domingo 26 de março, que a Nossa Caixa, por ordem do Palácio dos Bandeirantes, brindou veículos de comunicação de políticos aliados com publicidade oficial, o ex-governador tem gastado um bom tempo de sua recém-iniciada campanha a dar explicações, ainda que atravessadas e incompletas.

Nunca, nos seis anos à frente do Estado de São Paulo, o tucano foi tão fustigado. No intervalo de 15 dias, falou-se das cerca de 40 peças de roupas (ou 400?) doadas por um estilista à ex-primeira-dama Lu Alckmin, dos anúncios oficiais publicados em uma revista de propriedade do acupunturista do presidenciável e da compra em duplicidade de 500 fornos por parte da mesma Nossa Caixa, doados a programas sociais comandados por dona Lu. Soube-se até que o então prefeito de Pindamonhangaba demonstrava certa simpatia pela ditadura, conforme atesta correspondência enviada no início dos anos 80 ao general João Baptista Figueiredo, o último presidente do ciclo militar.

Em termos de espaço na mídia, as “denúncias” contra Alckmin só tiveram menos destaque do que os desdobramentos da quebra ilegal do sigilo do caseiro Francenildo Costa, ordenada, segundo as mais recentes conclusões da Polícia Federal, pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Os atropelos jurídicos do relatório do deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) e o desfecho polêmico da CPMI dos Correios ficaram em terceiro lugar.

Leandro Fortes

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