Em vez de criticar o governo Lula, o governador Geraldo Alckmin faria melhor se desse explicações sobre os fantasmas que habitam o seu armário. O mais vistoso deles, por enquanto, é o escândalo da Nossa Caixa, no qual verbas generosas de publicidade foram usadas para favorecer jornais, revistas e programas de rádio e televisão mantidos ou indicados por deputados da base governista na Assembléia Legislativa de São Paulo. Também há o registro de pagamentos irregulares do banco estatal para duas agências de publicidade, após o vencimento dos contratos. Com que finalidade, só o Ministério Público e a Polícia Federal poderão desvendar, uma vez que o Colégio da Líderes da Assembléia paulista, onde Alckmin tem maioria, bloqueou a instalação de uma CPI para investigar o assunto. Aliás, a bancada de Alckmin impediu a criação de 68 CPIs nos últimos cinco anos. E o governador, ainda diz que seu governo é transparente, aberto às investigações dos parlamentares (como diria Robin: Santa transparência, Batman!).
Os mais recentes fantasmas a assombrar Alckmin são os desempregados paulistas. A taxa de desemprego no estado passou de 15,7% em janeiro para 16,3% em fevereiro de 2006, de acordo com dados da Fundação Seade e do Dieese. O número de desempregados aumentou em 62 mil, porque foram eliminados 51 mil postos e 11 pessoas entraram no mercado de trabalho. Enquanto que para o governo Lula aumentar o nível de emprego é uma obsessão, para o governador de São Paulo, este é um mero detalhe que não merece tanta consideração, visto não contemplar os interesses da oligarquia bandeirante.
É injusto chamar o governador Alckmin de chuchu. O legume não tem gosto, enquanto o governo do tucano está longe de ser insípido. Tem gosto. Um gosto amargo e ardido para os trabalhadores e as camadas mais carentes da população.
Por essas e outras é que o povo faz ouvidos de mercador à gritaria da oposição e continua manifestando seu apoio à reeleição do presidente Lula. A propósito uma pesquisa realizada pelo instituto Vox Populi mostra o presidente com uma liderança tranqüila de 42% nas intenções de voto para a eleição presidencial. A pesquisa não será publicada ter sido encomendada extra-oficalmente por um grupo de empresários e não ter registro no TSE.
Os cães ladram enquanto a caravana passa.
Jens
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