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domingo, 5 de março de 2006

Os arroubos do PSDB

Quando FHC disse que a Ética do PT é roubar, quis na entrelinhas reafirmar um consenso apregoado pela oposição de que o PT é o partido dono da Ética. Claro que não existe ninguém “dono” da Ética, muita menos um partido político. O que pretendeu então FHC, o príncipe da falácia? Simples: tentou desviar a atenção sobre o que conhecemos do PSDB. E se não fizermos um exercício de memória, podemos esquecer do que eles aprontaram no atraso de 80 anos em 08.

O governo do PSDB tem sido conivente com a corrupção. Um dos primeiros gestos de FHC ao assumir a Presidência, em 1995, foi extinguir, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, instituída no governo Itamar Franco e composta por representantes da sociedade civil, que tinha como objetivo combater a corrupção. Em 2001, para impedir a instalação da CPI da Corrupção, FHC criou a Controladoria-Geral da União, órgão que se especializou em abafar denúncias

Alguém se lembra do "caladão"? O Brasil calou no início de julho de 1999 quando o governo FHC implementou o novo sistema de Discagem Direta a Distância (DDD). Uma pane geral deixou os telefones mudos. As empresas que provocaram o caos no sistema haviam sido recém-privatizadas. O "caladão" provocou prejuízo aos consumidores, às empresas e ao próprio governo. Ficou tudo por isso mesmo.

Nesse instante, estávamos convivendo com o avanço da dengue, e a omissão do Ministério da Saúde é apontada como principal causa da epidemia de dengue no Rio de Janeiro. O ex-ministro José Serra demitiu seis mil mata-mosquitos contratados para eliminar focos do mosquito Aedes Aegypti. Em 2001, o Ministério da Saúde gastou R$ 81,3 milhões em propaganda e apenas R$ 3 milhões em campanhas educativas de combate à dengue. Resultado: de janeiro a maio de 2002, só o estado do Rio registrou 207.521 casos de dengue, levando 63 pessoas à morte.

Nessa época, vimos ao vivo e em cores pela TV a Propina na privatização: A privatização do sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de FHC e do senador José Serra e ex-diretor da Área Internacional do Banco do Brasil, é acusado de pedir propina de R$ 15 milhões para obter apoio dos fundos de pensão ao consórcio do empresário Benjamin Steinbruch, que levou a Vale, e de ter cobrado R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar.

Hoje, depois que o Governo Lula foi obrigado a promover trabalhos emergenciais nas estradas federais, podemos lembrar o que provocou esses reflexos de hoje apontando Os ralos do DNER: O DNER foi o principal foco de corrupção no governo de FHC. Seu último avanço em matéria de tecnologia da propina atende pelo nome de precatórios. A manobra consiste em furar a fila para o pagamento desses títulos. Estima-se que os beneficiados pela fraude pagavam 25% do valor dos precatórios para a quadrilha que comandava o esquema. O órgão acabou sendo extinto pelo governo.

Na comemoração dos 500 anos do descobrimento do Brasil, temos o episódio que foi conhecido como O fiasco dos 500 anos.As festividades dos 500 anos de descobrimento do Brasil, sob coordenação do ex-ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca (PFL-PR), se transformaram num fiasco monumental. Índios e sem-terra apanharam da polícia quando tentaram entrar em Porto Seguro (BA), palco das comemorações. O filho do presidente, Paulo Henrique Cardoso, é um dos denunciados pelo Ministério Público de participação no episódio de superfaturamento da construção do estande brasileiro na Feira de Hannover, em 2000.

Mas não pense o leitor que o termo caixa-dois é novo para os TUCANOS, pois as campanhas de FHC em 1994 e em 1998 já teriam se beneficiado de um esquema de caixa-dois. Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na prestação de contas entregue ao TSE. Em 1998, teriam passado pela contabilidade paralela R$ 10,1 milhões.

Hoje a CNBB diz com todas as letras “não se teve notícia de Banco quebrando no Governo Lula”! Graças a Deus, pois em 1996 todos o banco foram a bancarrota no governo FHC, quando tivemos a farra do Proer. O Proer demonstrou, já em 1996, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para FHC, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais.
Em termos de Ética, legalidade e honestidade o PSDB não resiste à menor comparação com qualquer padrão existente.

Tom Cruz


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